15 de mar. de 2008

Entreveros de gente fina

Por Francisco marcos, cientista político.

A recente Ata do Copom, não confundir com taça para tomar conhaque, e as medidas do Ministério da Fazenda para conter a valorização do real criou um entrevero entre iguais.
De um lado Delfim Netto “czar” da economia nos anos militares e de outro Henrique Meirelles, atual presidente do Banco Central, com status de ministro para que possa ter foro especial. Meirelles é muito ligado à banca internacional, goiano de Anápolis, eleito deputado federal em 2002 pelo PSDB-Go com 183 mil votos. Delfim octogenário no próximo primeiro de maio esbravejou: “Enérgica demais e quase terrorista”. A frase diz respeito à Ata do Copom, referente à reunião realizada na última semana. Segundo noticiado a decisão do Ministério da Fazenda referente à desvalorização do real foi fruto da influência de Delfim. O ex-deputado federal de 1987 a 2006 tem fortes ligações com os exportadores e a valorização do dólar é do interesse dos mesmos.
O pessoal do BC analisa que a queda de exportações aumenta a oferta interna de bens e consequentemente deprime os preços, freando a inflação. Há de se notar que nos últimos três trimestres móveis a inflação anualizada já supera 6% ao ano.
A capacidade de compra é muito importante para o simples mortal do que qualquer teoria econômica, pois de economia o populacho não entende nada, só sofre quando decisões ambíguas são tomadas. Em marketing se afirma que aquele que pretende agradar a todos acaba não agradando ninguém. A situação para o amigo de narcotraficantes e terroristas não é confortável. Desagradar o pessoal da City de Londres ou aos condenados à eterna pobreza, filhos da bolsa-esmola, é uma decisão crucial. A saída tudo indica ser mais um périplo aéreo pelos confins do globo. Sempre soubemos que em fim de mandato até o cafezinho é frio, a poderosa Condoleezza Rice provou em Brasília um calmante chá de cadeira por exatos 12 minutos, é a glória para o diplomático cefalópode, gente fina é outra coisa.
“Mais importante que a palavra é a forma de executá-la.”

Um comentário:

Anônimo disse...

Lembro-me bem de quando na sua gestão ele promoveu a máxi. Seus amigos, já avisados com antecedência, ganharam rios de dinhheiro. Nessa época, a corrupção, apesar de muito intensa, era mais light. Delfim era apelidado de 10%. Para nós, era um escândalo. Coitados de nós, não sabíamos o que iríamos ver ainda.