16 de mar. de 2008

José Serra candidato

O Sortilégio da Candidatura Natural
Villas-Bôas Corrêa no Jornal Brasil

Em pronunciamento de incomum objetividade, uma característica do seu temperamento, o governador José Serra, de São Paulo, um tucano de fé, reconheceu que o PSDB e o DEM não deverão caminhar juntos nas eleições deste ano para prefeito da capital.
Engatando a primeira marcha, o raciocínio deslizou suavemente pelos trilhos da lógica: o governador está convencido de que o seu antecessor, o ex-governador Geraldo Alckmin, disputará a prefeitura, enfrentando como principal adversário, pelo menos até agora, o atual prefeito, Gilberto Kassab, que conta com o seu apoio.
Na mesma batida, José Serra polvilhou com o talco do bom senso a observação que soa como o conselho da experiência de quem venceu e perdeu eleições: até pelo temperamento ponderado dos dois candidatos, não acredita em briga na reta do primeiro turno. A evidência tática de uma disputa que não feche portas para a decisão num provável mano a mano no segundo, entre o oposicionista classificado na primeira rodada e o ainda indefinido candidato governista, podará os galhos das agressões para a aliança sem rachadura da oposição nacional.
Mais do que despretensiosa lição de esperteza política, tão clara como a luz da manhã ensolarada, Serra está colocando no debate que se inicia com vários focos de discórdia, as inúmeras vantagens do candidato natural, que lentamente se impõe ao partido como a larga porta por onde todos passam para o interior da casa arrumada.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caro Giulo, você definiu Serra como objetivo. É cobra criada, como se diz por aí. Eu já defino como "em cima do muro". A candidatura Alckmin é bastante palatável para a classe média, mas sua gestão à frente do Governo possui muitas vulnerabilidades que um opsicionista esperto pode usar para triturá-lo. Tendo em vista que a ridícula também não é flor que se cheire, talvez sobre mesmo Kassab. Neste caso, pode haver mágoas da parte deste.

Chacon disse...

Eu lamento a postura do Serra (por ser da Mooca, meu saudoso e querido bairro, e pela figura que é, e por ser Palmeirense sniff niff) Não que o Alkimin seja a salvação da lavoura, coisa que o Kassab certamente não é. Alkimin tem que "importar" apoio de Minas, acho que no fundo o Serra tem medo do crescimento do Alkimin. Só lamento, entendo que as pessoas deveriam escolher gente de carter e respeito para apoiarem pois isso engrandece o País, que na verdade hoje só é grande geograficamente.