15 de abr. de 2008

Cuba tem que mudar e o está fazendo

Na versão original, imaginada por Marx, a economia da sociedade sem classes e sem propriedade privada dos meios de produção se guiaria por um princípio que levaria o humanismo socialista a alturas nunca antes vislumbradas:
"De cada qual, conforme as suas possibilidades; a cada qual, conforme as suas necessidades." Quando ainda engatinhava o socialismo que viria a ser chamado real - para acentuar a sua abissal diferença da variedade utópica -, Josef Stalin proscreveu a profecia marxista. No Estado soviético, onde ele montou a maior distopia totalitária até então conhecida pela humanidade, o mote de Karl Marx foi submetido a um choque de realidade. Ficou a primeira parte, embora, no universo concentracionário dos gulags, as "possibilidades" que o regime extraía de cada qual tenham sido levadas, a ferro e fogo, a limites inconcebíveis. E o que tocou a cada qual passou a ser medido não mais por suas necessidades, mas "segundo o seu trabalho".
A reminiscência vem ao caso da mais recente inovação anunciada pelo governo cubano desde que Fidel Castro abdicou do poder em favor do irmão Raúl. Trata-se da demolição dos tetos salariais que vigoravam no setor estatal da ilha (controlado em grande parte pelo Exército), que recobre 90% da combalida economia nacional e emprega quase toda a população apta a trabalhar. (leia mais em O Estado de São Paulo)
(*) Foto: cubanos fazem fila para comprar telefone celular.

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