A Embrapa divulgou um estudo feito a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE, onde constata que o aumento nos preços do arroz, prejudica principalmente as famílias de baixa renda, que ganham até seis salários mínimos.
Até aí, tudo bem, a gente aprende cedo isso. Quanto mais baixa a renda familiar, maior é o consumo de produtos como o arroz e o feijão.
Porém, a explicação da Embrapa vai contra essa lógica. Para a Empresa de Pesquisa Agropecuária à medida que passam a receber mais, as famílias de baixa renda passam a consumir mais arroz e feijão e por isso serão mais atingidas.
Isso é muito estranho. Ora, quanto maior a renda maior a probabilidade de o consumidor diversificar os seus hábitos alimentares e abandonar tanto o arroz quanto o feijão, substituindo-os por produtos mais elaborados como massas e embutidos.
Estudos demonstram há anos, que o consumo de arroz é relacionado a fatores como renda familiar e grau de instrução. Quanto maiores a renda e o grau de instrução, menor é o consumo dos dois produtos.
Portanto, a Embrapa está certa ao dizer que os maiores afetados com a alta no preço do arroz serão as famílias de renda mais baixa, mas se confunde ao explicar a teoria.
2 comentários:
Prezada Adriana,
Viajei muito para o Nordeste inclusive pelo interior do Brasil e constatei que muitas famílias não tinham nada para comer, e vê-se isso pelas reportagens.
Com advento do bolsa-miséria essas famílias que não comiam quase nada devem ter tido a oportunidade de se alimentar um pouco. Com isso, o consumo de arroz e de feijão deve ter aumentado.
O motivo, para mim, não é passar a receber mais, é que não tinham meios de sobrevivência, não tinham renda. Ora, sem dinheiro e com ajuda financeira passam a ter o poder de compra.
Acredito que a Embrapa deva ter-se enganado.
Alô, Adriana.
Você não deve se surpreender com a confusão. A partir do momento em que a Embrapa deve ser dirigida por um petista, e seus aspones também sejam petistas, existe toda uma lógica para, partindo de premissas corretas, chegar-se a um resultado equivocado.
Não é o sempre fazem?
Meu pai do céu: o que fizemos para merecer tamanha tragédia, ainda muito pior que a soma de todos os erros políticos deste país da era pré-pt.
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