14 de mai. de 2008

E os portos, cadê os portos?

Ontem no Rio todo mundo festejou, a começar pelo presidente da República, acompanhando a posição da sua sempre desmesurada euforia, seguiram o ministro da Fazenda Guido Mantega, achando-se imbatível em sua área.
Luciano Coutinho presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, anunciando juros mais baixos para industrias em vários setores, o pouco conhecido ministro do Desenvolvimento Miguel Jorge, prevendo um Brasil “acelerado” pelo Plano de Desenvolvimento Produtivo. Pegou até uma carona entre os festeiros o presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, informando que US$ 26 bilhões serão investidos na área de gás natural. Destacou a expansão da capacidade de produção em biocombustíveis. Lembrou que 26 navios já foram contratados à indústria naval brasileira, 10 deles "bastante grandes", fora a pretendida construção de dois superpetroleiros e mais 146 embarcações de apoio, das quais 24 em fase de encomenda.
Mas a estraga festas está aí mesmo na pessoa da senadora democrata Kátia Abreu (foto), do Tocantins, acumula dados que provam a existência de pelo menos uma falha básica da tal política industrial: faltam portos ao Brasil.
Além disso, as restrições impostas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários à construção e funcionamento de portos privados mistos no país freia investimentos de cerca de R$ 5 bilhões. Além disso, a senadora informa que outros R$ 9,5 bilhões de projetos patrocinados por empresas privadas para ampliação da estrutura portuária brasileira estão no limbo, à espera de licença ambiental. Para se ter uma idéia do que representa essa dinheirama, basta dizer que o milagroso Programa de Aceleração do Crescimento - PAC prevê a aplicação de apenas R$ 1,6 bilhão no setor em quatro. anos.
Nessa história cabe uma pergunta aos eufóricos de plantão: como o governo pode incentivar exportações sem resolver o básico, ou seja, a existência de portos para escoar a produção incentivada pela política industrial?

Texto de Apoio: Ana Maria Tahan

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Pois é. Antigamente, malsinava-se quando um sujeito fazia as coisas pela metade.
Bem, no nosso caso, temos um presimente que faz as coisa por 1/4.
Como diz a Adriana: Ô dó!

Anônimo disse...

Falai Giulio!