Exaustino era um pequeno agricultor. Sempre cansado e exausto, contratou um “vigiador” para o seu milharal, e assim evitaria o ataque dos corvos. Feito isso ficou tranqüilo, despreocupado, afinal, tinha alguém para fiscalizar seu milho, e corvo algum iria ter coragem de se aproximar. Exausto que só, nem ia lá pra dar uma olhada, apesar de saber que essa era sua obrigação.
Depois de uns tempos, Exaustino começou a ser alertado pelos amigos que algo não ia bem. Ele mesmo se questionava: será que a produção caiu? Os alertas não paravam. Os vizinhos diziam para o amigo que o “vigiador” contratado ia começar a plantar milho também, que era pra ele por sentido. “Põe sentido, Exaustino!”. Apesar de estar com a pulga atrás da orelha, exausto, fazia ouvidos moucos.
Mas a desconfiança ficava a lhe martelar a cabeça, atordoado com a comichão na orelha provocada pelo pulguedo. Um belo dia escutou um barulho diferente vindo do milharal. Era claro que alguém estava devorando a sua produção. Seria um bando de corvos ou o próprio “vigiador”, como já haviam lhe contado? Ele tinha que fiscalizar seu próprio milharal, era seu dever e seu direito, sua razão de existir. Para isso só tinha um jeito, ir até lá. Decidido, Exaustino levantou-se da rede, gritou pra patroa que ia até o milharal investigar se estavam ou não lhe comendo a produção.
Mas assim que olhou para a parede, deu de cara com o relógio. Estava marcando 9:45 h. Matutou um pouco e, exausto, voltou para sua confortável rede. Indignada a patroa perguntou o porquê dele não ter ido investigar.
- Não é hora, mulér. E se não for nada? O “vigiador” vai ficar magoado comigo e depois, ele já disse que num vai prantar milho.
- E isso lá tem hora, homi? Pra não ficar na dúvida é melhor investigar logo!
Existe hora para se investigar ou fiscalizar algo mesmo que apenas pairem dúvidas? Mesmo que essas dúvidas sejam apenas remotos sussurros, o certo é esperar? Até quando? Será que o simples fato do “vigiador” afirmar que não se tornará um plantador de milho, exime o fato da suspeita de que alguém estava a lhe comer o milharal?
Pois é! Na semana retrasada os deputados estaduais de Mato Grosso, em polvorosa, esbravejavam da tribuna que iam instaurar uma CPI para investigar a MT Fomento (Instituição Financeira estadual que tem como objetivo atender micro e pequenos). Segundo eles, a preocupação era com a correta aplicação do dinheiro público e para a elucidação de diversos “indícios e suspeições” sobre sua gestão, segundo afirmou o mais contundente dos parlamentares, Walter Rabello (PMDB). Coincidência ou não, o presidente da MT Fomento provocou a ira dos parlamentares ao se declarar candidato a prefeitura de Cuiabá e de estrear um surpreendente programa de TV.
Sob a ameaça de uma CPI, o governador do Estado, que já tinha dito que a questão do programa de TV não era sua, mas um problema municipal, quando na verdade era dele mesmo, voltou atrás. Chamou os deputados para uma conversa, um blábláblá. Algumas assinaturas para a criação da CPI foram retiradas e por fim, mais um blábláblá, desta vez com o próprio presidente da MT Fomento, que saiu da prosa anunciando que não é mais candidato, e que ia modificar seu programa de TV.
Agora sou eu que estou com a pulga atrás da orelha. Será que toda aquela braveza era zelo com o dinheiro público ou apenas um rompante de ciúmes? Seria apenas e tão somente um ataque de deputados birrentos?
Um parlamentar, depois de conversar com o governador, disse que “não é o momento para se instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Peraí! Stop! Não existe “hora certa” para instalar uma CPI! Ora, ela deve ser instaurada no exato momento em que pairam desconfianças sobre o mau uso do dinheiro público e essa é a função do nobre parlamento. Vale lembrar que uma CPI para a MT Fomento já foi governamentalmente interrompida na gestão passada.
Stop de novo! O que está acontecendo? A quem não interessa uma investigação na MT Fomento? Existe algo errado na aplicação dos recursos?
No decorrer da semana, conforme a postura dos parlamentares, vamos saber se os deputados estavam zelando pelo dinheiro público ou empenhados apenas em derrubar a concorrência.
E ai? Acabaram as dúvidas sobre o milharal!, ou não?, era só “frescura”?
- Não é hora, mulér. E se não for nada? O “vigiador” vai ficar magoado comigo e depois, ele já disse que num vai prantar milho.
- E isso lá tem hora, homi? Pra não ficar na dúvida é melhor investigar logo!
Existe hora para se investigar ou fiscalizar algo mesmo que apenas pairem dúvidas? Mesmo que essas dúvidas sejam apenas remotos sussurros, o certo é esperar? Até quando? Será que o simples fato do “vigiador” afirmar que não se tornará um plantador de milho, exime o fato da suspeita de que alguém estava a lhe comer o milharal?
Pois é! Na semana retrasada os deputados estaduais de Mato Grosso, em polvorosa, esbravejavam da tribuna que iam instaurar uma CPI para investigar a MT Fomento (Instituição Financeira estadual que tem como objetivo atender micro e pequenos). Segundo eles, a preocupação era com a correta aplicação do dinheiro público e para a elucidação de diversos “indícios e suspeições” sobre sua gestão, segundo afirmou o mais contundente dos parlamentares, Walter Rabello (PMDB). Coincidência ou não, o presidente da MT Fomento provocou a ira dos parlamentares ao se declarar candidato a prefeitura de Cuiabá e de estrear um surpreendente programa de TV.
Sob a ameaça de uma CPI, o governador do Estado, que já tinha dito que a questão do programa de TV não era sua, mas um problema municipal, quando na verdade era dele mesmo, voltou atrás. Chamou os deputados para uma conversa, um blábláblá. Algumas assinaturas para a criação da CPI foram retiradas e por fim, mais um blábláblá, desta vez com o próprio presidente da MT Fomento, que saiu da prosa anunciando que não é mais candidato, e que ia modificar seu programa de TV.
Agora sou eu que estou com a pulga atrás da orelha. Será que toda aquela braveza era zelo com o dinheiro público ou apenas um rompante de ciúmes? Seria apenas e tão somente um ataque de deputados birrentos?
Um parlamentar, depois de conversar com o governador, disse que “não é o momento para se instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito”.
Peraí! Stop! Não existe “hora certa” para instalar uma CPI! Ora, ela deve ser instaurada no exato momento em que pairam desconfianças sobre o mau uso do dinheiro público e essa é a função do nobre parlamento. Vale lembrar que uma CPI para a MT Fomento já foi governamentalmente interrompida na gestão passada.
Stop de novo! O que está acontecendo? A quem não interessa uma investigação na MT Fomento? Existe algo errado na aplicação dos recursos?
No decorrer da semana, conforme a postura dos parlamentares, vamos saber se os deputados estavam zelando pelo dinheiro público ou empenhados apenas em derrubar a concorrência.
E ai? Acabaram as dúvidas sobre o milharal!, ou não?, era só “frescura”?
Um comentário:
Da.Adriana, há tempos eu comentei no blog a respeito de sua coragem, lembra? Volto a me comunicar com a Sra. para lhe dizer que "a coisa está feia", a hegemonia está definitivamente instalada e eu não estou vendo saída, a menos que o monstro Fidel "bata com as dez", o povo cubano 'finalmente' se levante e o restante da América acorde. Que parece à Senhora? Um abraço do Inácio.
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