(In memoriam de Arno Aurélio Viero)
Este é um país grande e que se encontra em guerra civil aberta e declarada. E não é de hoje.
Que é grande pude verificar hoje. Ao ler uma crônica sobre cinema de 2005 me deparei com a frase: “Como dizia o Professor Arno Viero, morto em combate há um mês ...”
Este é um nome raro e eu o conhecia. Era o nome de um vizinho de infância em Caxias do Sul. Era 13 anos mais jovem que eu, pessoa muito curiosa desde a infância, nos meus anos de faculdade passava muito tempo me vendo montar aeromodelos ou ouvindo música comigo. Quando chegou à adolescência me fez descobrir artistas que eu não havia notado, como Rick Wakeman por exemplo. Estudou Filosofia, era matemático e chegou a Vice-diretor de departamento na Universidade Federal Fluminense.
Que é grande pude verificar hoje. Ao ler uma crônica sobre cinema de 2005 me deparei com a frase: “Como dizia o Professor Arno Viero, morto em combate há um mês ...”
Este é um nome raro e eu o conhecia. Era o nome de um vizinho de infância em Caxias do Sul. Era 13 anos mais jovem que eu, pessoa muito curiosa desde a infância, nos meus anos de faculdade passava muito tempo me vendo montar aeromodelos ou ouvindo música comigo. Quando chegou à adolescência me fez descobrir artistas que eu não havia notado, como Rick Wakeman por exemplo. Estudou Filosofia, era matemático e chegou a Vice-diretor de departamento na Universidade Federal Fluminense.
Procurando no Google descobri que foi morto em 8 de agosto de 2005, ao sair do campus de Niterói após dar uma aula ou supervisionar uma pesquisa. Segundo a reportagem “morto numa tentativa frustrada de assalto”. O bandido não levou nada. Só a vida do meu amigo.
Isso nos traz à mente duas coisas. O Arno foi para o Rio de Janeiro e eu apenas tinha notícias esporádicas dele. Eu? Sai correr mundo, vivi muitos anos em Santa Catarina. Levei dois anos para saber de sua morte. O país é grande. As pessoas migram internamente conforme seu trabalho as leve para um lado ou outro. Ha cinqüenta anos atrás teríamos vivido nossas vidas a no máximo 100 km um do outro. Hoje é diferente.
E o segundo ponto. O cronista de cinema, sucintamente escreve: “morto em combate há um mês atrás”. Não morto numa tentativa de assalto. Morto em combate. E mais, era um combatente desarmado. O bandido se aproximou num sinal fechado, falou alguma coisa e desfechou um tiro pela janela semi-aberta do carro.
Melhor seria ter sido morto em combate, defendendo-se à mão armada. Este amigo eu conhecia bem. Era ponderado. Deve ter ficado atônito e paralisado e não obedeceu tão rapidamente quanto o assassino queria. Foi fulminado. Foi executado pela lei da selva. Todos somos combatentes ante a corja. Mas a maioria não está armada.
Isso nos traz à mente duas coisas. O Arno foi para o Rio de Janeiro e eu apenas tinha notícias esporádicas dele. Eu? Sai correr mundo, vivi muitos anos em Santa Catarina. Levei dois anos para saber de sua morte. O país é grande. As pessoas migram internamente conforme seu trabalho as leve para um lado ou outro. Ha cinqüenta anos atrás teríamos vivido nossas vidas a no máximo 100 km um do outro. Hoje é diferente.
E o segundo ponto. O cronista de cinema, sucintamente escreve: “morto em combate há um mês atrás”. Não morto numa tentativa de assalto. Morto em combate. E mais, era um combatente desarmado. O bandido se aproximou num sinal fechado, falou alguma coisa e desfechou um tiro pela janela semi-aberta do carro.
Melhor seria ter sido morto em combate, defendendo-se à mão armada. Este amigo eu conhecia bem. Era ponderado. Deve ter ficado atônito e paralisado e não obedeceu tão rapidamente quanto o assassino queria. Foi fulminado. Foi executado pela lei da selva. Todos somos combatentes ante a corja. Mas a maioria não está armada.
Um comentário:
Adri !!!
O blog ficou lindo!Adorei a cor de fundo,descansa a vista e a leitura se torna prazeirosa.
Obrigada,gostei muuuuuuuuuuuuito.
PS: Meus sentimentos à Ralph.É a banalisação da vida humana.
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