Por Giulio Sanmartini
Franco Martyres, no início dos anos 1960, era sem dúvida o melhor advogado de Porto Velho (capital de Rondônia). Era um homem refinado, filho de seringalistas havia estudado na Inglaterra, voltara para o então território para dirigir a herança recebida. Martyres tinha dois vícios, recitar Bayron no original, para um público que nada entendia e jogar pôquer, para tal fazendo inúmeras viagens de navio entre a sua cidade e Manaus, que duravam 5 dias passados na jogatina.
No carnaval de 1962, o Bancrevea, clube do Banco da Amazônia freqüentado pela elite porto-velhense, resolveu inovar e fazer um concurso de fantasias, claro que para presidir o júri foi chamado o doutor Franco Martyres.
O pai de uma das concorrentes, já bastante bêbado prometeu fazer e acontecer se sua filha não vencesse, pois tinha gasto, não lembro quantos mil cruzeiros pela fantasia da pimpolha, que não era de fato a melhor.
Nisso Martyres levanta-se e vai saindo, o presidente do clube o alcança e pergunta:
- Dr. Franco, o senhor está indo embora, e o concurso?
- Eu entendo de estética, como me parece que o vencedor será quem gastou mais chamem um perito contador.
Pois é, o governador da Bahia Jaques Wagner está zangadíssimo com a tv Globo e diz:
- Gastei com a segurança do carnaval em Salvador R$ 15 milhões, para a Globo inventar (sic) que este esteja sendo o carnaval mais violento da história da Bahia.
Ora, o governador quer medir qualidade da segurança, como no concurso de fantasias acima, pelo valor dos gastos, aí era gastar e chamar um perito contador para estabelecer se o carnaval fora violento ou não.

Já que ele quer números aí vão: as polícias Militar e Civil registrara 1.280 ocorrências (28% a mais que no ano passado), só no circuito Ondina-Barra, o principal do carnaval, foram 936. Esse montante representa 249 lesões corporais, 47 agressões físicas, 809 furtos, 105 roubos, 6 homicídios e 11 assaltos à ônibus.
O ministro da Cultura, um dos promotores do carnaval soteropolitano deu sua declaração sobre a violência:
- Esses índices são básicos e históricos!
O que ele quis dizer com isso, ninguém sabe direito, acredito que nem ele.
Na foto pode-se ver os vips do carnaval em Salvador, da esquerda para direita: ministro do Turismo Walfrido Mares Guia; governadores Eduardo Campos PE, Sérgio Cabral RJ e ele Jaques Wagner.
Leia a matéria em O Globo online
Franco Martyres, no início dos anos 1960, era sem dúvida o melhor advogado de Porto Velho (capital de Rondônia). Era um homem refinado, filho de seringalistas havia estudado na Inglaterra, voltara para o então território para dirigir a herança recebida. Martyres tinha dois vícios, recitar Bayron no original, para um público que nada entendia e jogar pôquer, para tal fazendo inúmeras viagens de navio entre a sua cidade e Manaus, que duravam 5 dias passados na jogatina.
No carnaval de 1962, o Bancrevea, clube do Banco da Amazônia freqüentado pela elite porto-velhense, resolveu inovar e fazer um concurso de fantasias, claro que para presidir o júri foi chamado o doutor Franco Martyres.
O pai de uma das concorrentes, já bastante bêbado prometeu fazer e acontecer se sua filha não vencesse, pois tinha gasto, não lembro quantos mil cruzeiros pela fantasia da pimpolha, que não era de fato a melhor.
Nisso Martyres levanta-se e vai saindo, o presidente do clube o alcança e pergunta:
- Dr. Franco, o senhor está indo embora, e o concurso?
- Eu entendo de estética, como me parece que o vencedor será quem gastou mais chamem um perito contador.
Pois é, o governador da Bahia Jaques Wagner está zangadíssimo com a tv Globo e diz:
- Gastei com a segurança do carnaval em Salvador R$ 15 milhões, para a Globo inventar (sic) que este esteja sendo o carnaval mais violento da história da Bahia.
Ora, o governador quer medir qualidade da segurança, como no concurso de fantasias acima, pelo valor dos gastos, aí era gastar e chamar um perito contador para estabelecer se o carnaval fora violento ou não.

Já que ele quer números aí vão: as polícias Militar e Civil registrara 1.280 ocorrências (28% a mais que no ano passado), só no circuito Ondina-Barra, o principal do carnaval, foram 936. Esse montante representa 249 lesões corporais, 47 agressões físicas, 809 furtos, 105 roubos, 6 homicídios e 11 assaltos à ônibus.
O ministro da Cultura, um dos promotores do carnaval soteropolitano deu sua declaração sobre a violência:
- Esses índices são básicos e históricos!
O que ele quis dizer com isso, ninguém sabe direito, acredito que nem ele.
Na foto pode-se ver os vips do carnaval em Salvador, da esquerda para direita: ministro do Turismo Walfrido Mares Guia; governadores Eduardo Campos PE, Sérgio Cabral RJ e ele Jaques Wagner.
Leia a matéria em O Globo online
Nenhum comentário:
Postar um comentário