Por M.Cristina R. Azevedo - Florianópolis, SC
Em eventos que juntam multidões, a polícia não tem real poder de repressão de crimes. Suponhamos que estoure uma briga entre os participantes. Os policiais não podem intervir usando a força, sob pena de serem punidos por "abuso". Diante de um menor, então, nem se fala, não podem fazer nada, mesmo. É comum vermos na televisão cenas mostrando uma grande arruaça popular, com depredações, arrastões, agressões e até saques, seguidas pelo comentário crítico sobre a polícia, caso esta tenha tentado intervir. Ora, não se dissolve uma confusão como uma briga de torcidas ou um protesto em que se esteja queimando ônibus com apenas "boa educação", pedindo por favor. Nos outros países, ditos de primeiro-mundo, a policia age com rigor e, se for o caso de reprimir a custa de cassetadas e balas de borracha, não hesitam em fazê-lo, em nome da ordem pública.
No Brasil, assistimos o contrário disso. Policiais, muitas vezes, assistem impotentes às mais diversas formas de descumprimento da lei e da ordem, impotentes. A televisão mostrou dia desses, a invasão e depredação de prédio público no Rio de Janeiro, seguidas de furto. A guarda municipal, ameaçada pela turba, não pôde intervir. Por dois dias consecutivos, os moradores de um morro próximo repetiram o crime, em uma amostra clara de total ausência de respeito ou temor pelos que representam a autoridade pública. É chegado o momento de rever o conceito de uso da força, livrando-nos do ranço pós-ditadura, que engessou a atuação das polícias. É preciso rever também a formação policial, de forma a dar-lhe, com segurança, real poder para restituir a ordem. Chega de baderna!
Nenhum comentário:
Postar um comentário