14 de mar. de 2007

Rebeldes Sem Causa

Por Timothy Halem Nery

A visita de Bush ao Brasil despertou milhares, talvez milhões, de rebeldes sem causa. Não pode existir outra definição para pessoas que trocam suas horas de trabalho, estudo ou lazer por uma oportunidade de demonstrar seu ódio.
Despertou, pois nos últimos quatro anos estavam dormindo. Embora alguns episódios isolados tenham ocorrido, como, por exemplo, a invasão e destruição de um centro de pesquisa da Aracruz Celulose, a organização em praticamente todo o território nacional estava em férias.
Experimente pegar as fotos ou filmagens dos protestos contra a visita de Bush. Aproveite e busque registros das inúmeras manifestações realizadas no Brasil antes da primeira posse de Lula. Aposto que facilmente serão identificados os seguintes grupos: MST, Via Campesina, alguns sindicatos, centros estudantis de escolas públicas, diretórios acadêmicos de universidades públicas, UNE e partidos políticos defensores da “democracia” via socialismo/comunismo (PT, PSB, PSOL, PSTU e PCdoB). As bandeiras são sempre as mesmas.
Não pretendo abordar aqui a política e as decisões tomadas pelo presidente americano. Seria muita pretensão analisar, criticar e julgar tais atos, ainda mais que o Brasil enfrenta inúmeros problemas graves.
Mas a ideologia que alimenta o ódio nessas pessoas, que saem às ruas dispostas a enfrentar forças policiais, depredar bens públicos e atrapalhar quem não participa da “festa”, permite condenar Bush e inocentar tantos criminosos no nosso país. Essa turma, que é a mesma de sempre, gosta é de fazer barulho. Acha o máximo.
Dentro da “turma do barulho”, é possível distinguir claramente dois grupos: os ignorantes, que servem de massa de manobra, e os mal-intencionados, que são os maestros. Sempre foi assim.
Enquanto os ignorantes realizam seus protestos, os mal-intencionados comemoram mais alguns meses de férias dos “movimentos sociais”. É lógico que estas manifestações de ódio têm vários objetivos, mas dentre eles está a intenção de mostrar a indignação contra qualquer coisa, menos contra os absurdos praticados pelos tais “maestros”, na nossa sinfonia desafinada.
Podem apostar: os mesmos que saíram às ruas para gritar “Fora Bush” não gastam um segundo de seu precioso tempo para expressar repúdio à guerra civil que estamos vivendo. Se bobear, utilizam sues neurônios e energia para repetir argumentos patéticos que defendem direitos para assassinos, estupradores, seqüestradores ou traficantes.
Também não movem uma palha para cobrar de Lula e seus inúmeros ministérios, conselheiros e aliados maior transparência no trato com a coisa pública. Se a corrupção corre solta, o sistema aéreo virou um caos, o bolsa-família garante a popularidade do presidente e a carga tributária alcança níveis nunca antes imagináveis, a culpa deve ser do Bush.
O pior é que os baderneiros de plantão acreditam que possuem uma causa. Afirmam que lutam por um “ideal”. Talvez não lembrem, ou não tenham tido tempo de estudar, que o “ideal” defendido já matou muito mais do que Bush e sua compulsão por guerras (isso não isenta Bush). Na verdade eles sabem que são apenas rebeldes sem causa.

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