26 de abr. de 2007

Amordaçar!

Julio Mesquita Neto (1922/96) era diretor responsável do jornal O Estado de São Paulo e estava prestando um depoimento, quando interrogador perguntou:
- O senhor é diretor responsável do jornal O Estado de São Paulo?
- Não! - respondeu Mesquita Neto, para espanto do interrogador, que repetiu a pergunta e teve a mesma resposta.
- Então, quem é?
- O ministro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, que todas as noites tem um censor na tipografia do jornal.
Buzaid foi Ministro da Justiça entre os anos de 1969 a 1974, servindo o presidente do regime militar general Emílio Garrastazu Médici, num período de forte censura à imprensa.
Desde que começaram a surgir os escândalos, o governo do Partido dos Trabalhadores – PT, tem feito muitas investidas no sentido de criar uma censura disfarçada aos veículos da mídia.
Carlos Chagas mostra uma posição perigosa de dois “próceres” do PT: “Na reunião do Diretório Nacional do partido, não apenas o presidente Ricardo Berzoini, mas o ex-presidente José Genoíno e outros sustentaram que os meios de comunicação precisam ser controlados. Por pudor, ou por etapas, reduziram o controle aos períodos eleitorais, a ser exercido pela Justiça Eleitoral. O que pretendem, na verdade, é cercear a imprensa. E por muito tempo, já que supõem permanecer no poder por 20 ou 30 anos.”
Lembra ainda que em duas ocasiões o autoritarismo do Partido fez-se presente com mão pesada. Primeiro com a expulsão da deputada Bete Mendes por ter votado, no colégio eleitoral, em Tancredo Neves e depois, da senadora Heloisa Helena, pois “ousou cobrar” o programa partidário no que concerne à redução dos direitos dos aposentados.
Apparicio Torelly, o Barão de Itararé (1895/1971), humorista, escritor e jornalista, morreu antes da fundação do PT, caso contrário cairia como uma luva sua seguinte frase: “A esquerda conserva o hábito de não acatar as críticas, mas de atacar os críticos”. (G.S.)

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