Negro Futuro

Por Giulio Sanmartini

Não existe organização humana que possa sobreviver a um estado de distorções morais. O cidadão civilizado perde-se nesse emaranhado e, com freqüência, não sabendo o que fazer, adere a essa anomalia social.
Nessa situação é que o Brasil se encontra agora. No país sempre houve peculato e corrupção, mas estes eram tratados como crimes. A ascensão do Partido dos Trabalhadores - PT, que viveu duas décadas avocando-se a propriedade da moral e da ética, mostrou-se no poder de uma amoralidade impar na história da República. Só não rouba uma restrita minoria e quem não acesso aos cofres públicos. São corruptos por ação ou omissão desde o presidente da República até o porteiro de uma estatal, que só deixa entrar os interessados que lhe derem uma propina.
Os protagonistas do escândalo das sanguessugas (só para citar um) que negociavam recursos para a compra de ambulâncias superfaturadas em troca de comissões , na época representavam mais de 10% da Câmara dos Deputados, finda a legislatura estão soltos e atuando em todas as áreas. Desses 13 presidem os diretórios estaduais de seus partidos, 7 (alguns entre os anteriores) são primeiros suplentes podendo assumir a qualquer momento e 5 foram reeleitos (clique em Texto Completo para saber quem são estes).
Mas ainda falta o pior. Imaginem que para esses ladrões a legislatura passada não tem valor, segundo a Conselho de Ética da Câmara dos Deputados prevalece o ponto de vista que já foram julgados pelas urnas.
Se é assim, seria o caso do deputado cassado Hildebrando Pascoal, aquele que gostava de esquartejar seus opositores com uma moto-serra, ser anistiado para submeter-se ao julgamento das urnas.
É neste país que nasceram e vivem meus filhos e netos. Qual aerá o futuro os espera?

Os que presidem Diretórios dos partidos em seus estados: Agnaldo Muniz (PP-RO), Benedito Dias (PP-AP), Coronel Alves (PR-AP), Eduardo Seabra (PTB-AP), Enivaldo Ribeiro (PP-PB), Heleno Silva (PR-SE), João Caldas (PR-AL), Jonival Junior (PTB-BA), Jorge Pinheiro (PR-DF), Junior Betão (PTB-BA), Nilton Capixaba (PTB-RO), Paulo Gouvêa (PR-RN) e Raimundo Santos (PR-PA).
Os primeiros suplentes: Agnaldo Muniz (PP-RO), Edir Oliveira (PTB-RS), Enivaldo Ribeiro (PP-PB), Érico Ribeiro (PP-RS), Junior Betão (PR-AC) e Raimundo Santos (PR-PA).
O que foram reeleitos: João Magalhães (PMDB-MG), Marcondes Gadelha (PSB-PB), Pedro Henry (PP-MT), Wellington Fagundes (PR-MT) e Wellington Roberto (PR-PB)