2 de abr. de 2007

Os exemplos de Lula

Por Pedro Oliveira - Jornalista e presidente do Instituto Cidadão

Recife e Olinda (Pe) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve esta semana em Recife e Olinda com o objetivo de mais uma encenação patética armada para comemorar os tímidos avanços do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem).A solenidade foi realizada em um espaço destinado a shows, o que é muito bem apropriado.O programa de inclusão social atende a pessoas de 18 a 24 anos que terminaram a quarta série, mas não concluíram o ensino fundamental, e não têm emprego com carteira assinada. Inclui aulas do ensino fundamental, informática básica e língua inglesa, tem duração de um ano e dá uma bolsa mensal de R$ 100,00.
No cenário armado pela assessoria presidencial e providenciado pelo governo de Pernambuco o presidente foi “calorosamente aclamado” pelos jovens que lotavam o espaço, deu autógrafos em camisas vermelhas distribuídas pelo programa, deu beijinhos e abraços em populares e ainda teve aquela manjada de colocar um bebê de uma das alunas no colo. Os governadores Eduardo Campos de Pernambuco e Marcelo Deda de Sergipe também tiveram seus minutos de lulismo. O ministro da Educação, Fernando Haddad, que integrou a comitiva, anunciou que mais vagas serão criadas no ProJovem em todo o País. Aos concluintes do programa, Lula discursou como um pai, um conselheiro. Citou a si próprio como um exemplo (Deus nos acuda) de perseverança a ser seguido pelos jovens, ao repetir sua história de retirante nordestino que chegou à presidência da República.
Em seu improviso, como sempre desastroso, soltou “perólas” dignas da análise de Stanislaw Ponte Preta, o nosso grande Sérgio Porto, e o seu “febeapá” (Festival de Besteiras que Assolam o País). O presidente voltou a se posicionar contra a maioridade penal para menores de 18 anos, por não ser solução para o problema da juventude brasileira. E disse cinicamente que o Estado tem de cuidar dos jovens. "Se o Estado não cuidar, o tráfico cuida". Como se ele não fosse o maior responsável pela política de educação da juventude pobre do Brasil. Completou com esta frase: "Quando o governo é sovina com educação, vai ter que gastar mais pagando soldado e construindo cadeia". Dá pra acreditar?
Para se dar como exemplo de perseverança à juventude pernambucana, o presidente Lula contou uma história da sua infância, em São Paulo, que me preocupou bastante. "Naquele tempo não tinha tanta maçã como tem hoje. Toda quinta-feira tinha uma feira e eu saía da escola e passava na banca de fruta, tinha maçã argentina, vermelha, gostosa, a minha boca enchia de água, eu tinha vontade de pegar uma maçã e sair correndo". Ele disse nunca ter cedido à tentação do furto, porque tinha vergonha que alguém o pegasse. Ele não queria fazer a mãe passar humilhação, "porque naquele tempo a gente tratava a família com mais carinho". Quer dizer que se ele tivesse certeza de que não seria apanhado iria surrupiar a maçã?
Na verdade esse discurso de Lula deveria ter sido feito para os seus companheiros do PT no início do seu primeiro governo. Teria contado a história da maçã e dito mais ou menos assim: “Olha pessoal, cuidado. Não rouba descaradamente, pois se descobrem a gente tá ferrado. Nunca mais seremos os mesmos.Temos gritado esse tempo todo contra a corrupção, a bandalheira,a formação de quadrilha dos outros governos.Cuidado com as propinas, os dólares nas cuecas, os mensalões. Pois se nos pegam esse partido vai pra m....
Ai os petistas não receberam a lição de Lula e a história de sua tentação para o roubo da maçã e deu no que deu. Os pilantras foram apanhados com a mão no furto e o partido nunca mais foi o mesmo.

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