10 de mai. de 2007

Como Sempre Empurrando com a Barriga

Por Giulio Sanmartini

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, 'por enquanto', a discussão sobre o preço das refinarias da Petrobrás com a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) é um problema da estatal brasileira, e não uma briga de governos. 'A Petrobrás não tem o menor problema de vender a refinaria. O que a Petrobrás quer é um preço justo',
A ministra Dilma Roussef foi hoje, quarta-feira, ao Bom Dia Brasil e disse que acredita que a briga com a Bolívia pode se resolver na negociação.
- A negociação está aberta, mas temos de fazer valer nosso direito e adotar as medidas necessárias. Não se pode comprometer todos os nossos investimentos na Bolívia.
Diante da pergunta sobre se isso era uma indicação de que os bolivianos podem aceitar mais que US$ 70 milhões, ela respondeu:
- Eu não controlo o que acontece na Bolivia. Não interessa nem ao Brasil, nem a Bolívia um atrito nos foros internacionais.
Diz Miriam Leitão: “Em outras palavras, ela mandou recados para a Bolívia de que a briga não será boa para ninguém e que, se não se chegar a um acordo, "vamos fazer valer nossos direitos".
As próximas horas vão nos dizer como isso se resolve, mas ontem eu tive informações de dentro da Petrobras de que a empresa, quando comprou as refinarias, elas estavam num estado lastimável, hoje estáo há quatro anos sem acidentes que leve ao afastamento de funcionário e tem ISO 14 000. Isso custou muito investimento. A Petrobras tem que lutar pelo retorno dos seus investimentos em nome dos acionistas.”
Ao que parece o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, está tendo dificuldades em tomar uma decisão, claro que a questão com a Bolívia, há muito é um problema entre os dois países, pois há a intervenção direta do presidente boliviano. O que governo brasileiro não quer dizer é que Evo Morales escolheu o Brasil e a Petrobrás como adversários preferenciais, para tentar desviar a atenção dos movimentos sociais da impossibilidade de cumprir suas promessas de redenção econômica e social. O Brasil, assim, passou a ser visto como um gigante imperialista, que explora indevidamente as riquezas nacionais da Bolívia e empobrece o seu povo.
Enquanto Lula continuar a sendo omisso, mais Evo Morales fará suas bravatas, até que para o Brasil e para os acionistas da Petrobrás, não existirá outra solução a não ser curvar-se à vontade do "cocaleiro".

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