9 de mai. de 2007

Política Externa

Por Plínio Zabeu
Estão acontecendo situações que deveriam ter sido previstas pelo governo brasileiro desde a construção da hidrelétrica de Itaiupú. O Brasil necessitava, como sempre vai acontecer, de aumentar a produção de energia elétrica. Base para o crescimento do país.
Coube ao Brasil a totalidade das despesas em troca do uso da parte paraguaia do Rio que faz a divisa. Como o vizinho não precisava, como não precisa até hoje de tanta eletricidade, passamos a comprar dele o excedente de energia ( nada menos de 95%), pagando muito caro por isso. O contrato feito permite que, em 2023, 50% de todo o empreendimento passará a ser propriedade deles que poderão colocar o preço que quiserem para que o Brasil continue a usar a energia que nós produzimos. Contrato um tanto estranho, mas segundo análise da época, tratava-se de uma “compensação” pelos prejuízos que causamos durante a Guerra do Paraguai. Existia uma “dívida” para com eles. Ganhamos a guerra, mas tivemos que pagar por ela. Hoje o país vizinho ameaça ir à Corte Internacional para rever o contrato e aumentar – em muito – os valores que pagamos hoje pela energia que nós produzimos.
(*) Foto: Palácio dos Arcos, ministério das Relações Exteriores
E o outro vizinho, a Bolívia, depois de ganhar um contrato fabuloso que nosso governo fez com eles para a compra de gás, receber bilhões de dólares em investimentos no setor petrolífero, também se acha no direito de descumprir contratos, nacionalizar empresas e dar em troca uma “bela banana”. O contrato inicial estipulava que caberia ao Brasil o custo das instalações, a construção do gasoduto e o pagamento de um valor pelo gás, fosse ou não consumido. Negócio muito bom para o vizinho. A Petrobrás instalou refinaria completa. Brasileiros se fixaram na região. Afinal éramos tidos como bons vizinhos e aliados.
Veio então a mudança política. O produtor de matéria prima da cocaína (que tanto mal faz a humanidade) conseguiu chegar à presidência. Com os aplausos e apoio do grande país vizinho, o Brasil. Já no dia da posse soltou bravatas prometendo o que faria na presidência. O colega brasileiro aplaudiu e inclusive permitiu cancelamento de dívidas e aporte financeiro de milhões de dólares.
Não demorou muito e o cocaleiro decidiu que, como o Brasil tinha comprado o Acre em troca de um cavalo, agora teria que ir à desforra.
Assumiu as refinarias e bloqueou toda nossa atividade lá. Nós vamos pagar mais pelo que produzimos lá.
Mas não se iludam os brasileiros porque vem mais por aí. Nossa política externa tem que ser revista.
pzabeu@uol.com.br

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