2 de mai. de 2007

E as Reformas?

Por Plínio Zabeu
O tempo passa e parece que tudo vai continuar na mesma. Temos um governo totalitário, forte e imbatível. O nosso presidente tem a grande vantagem sobre todos seus antecessores, por não existir, de forma alguma, qualquer tipo de oposição. O mais claro é o papel daquele que seria o principal oposicionista, o PSDB. Tenho pena de Fernando Henrique Cardoso que tanto luta para que o seu partido acorde. Por mais que se pronuncie, por mais que oriente, logo aparecem os governadores de São Paulo e de Minas Gerais – pretendentes à vaga presidencial – prontos a “fechar” qualquer acordo com o chefe da nação. Eles não são bobos não. Sabem muito bem que existe uma larga diferença entre PT e Lula que, atualmente forte, dá as costas a antigos amigos para se firmar numa situação de poder infinito.
Gente como Mangabeira Unger, intelectual, professor universitário nos Estados Unidos e tantos outros méritos. Há menos de dois anos colocou-se numa posição totalmente contrária a Lula exigindo dos partidos de oposição nada menos que o seu impedimento imediato. Afinal, por muito, muito menos, Collor perdeu o mandato. Para ficar quieto aceitou um cargo numa secretaria criada para funcionar apenas a partir de 2014 quando certamente Lula estará de volta ao governo.
Reformas como a Política e Trabalhista nunca acontecerão. Sem falar na Tributária e Previdenciária, já definitivamente descartadas. Os políticos estão satisfeitíssimos com a situação atual e não mudarão nada. A comissão de ética encerrou o caso dos mensaleiros que renunciaram com medo de cassação. Medo inútil. Todos sabíamos que ninguém seria punido. A tal comissão considerou que a reeleição deles foi uma absolvição por parte do eleitorado. Esquecem-se seus componentes que o eleitorado brasileiro é facilmente manipulável - até analfabeto vota - e os tais deputados ganharam a cadeira por causa da eleição proporcional. Nenhum deles teve votos suficientes para isso se existisse uma regra política minimamente moral.
A reforma Trabalhista foi entregue às Centrais Sindicais que hoje – mais que nunca especialmente pelo decreto recente – simplesmente nadam em dinheiro. Por quê alguém de lá mudaria algo?
E a Justiça? Acabam de arquivar o caso dos 1,7 milhões encontrados com petistas. Só foi prejudicado o delegado que permitiu a foto do dinheiro. Mesmo com a promessa do então ministro Bastos (que em alguns dias tudo estaria esclarecido) na realidade o dinheiro apareceu e sumiu. Chamem o Mister M. Quem sabe ele descobre a estranha magia.
pzabeu@uol.com.br

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