
O Fome Zero tem a arrogância de reinventar o que já foi criado: o programa social de Fernando Henrique Cardoso, em que Lula recebeu a mais bem montada estrutura social já vista no país. Além de dobrar o gasto em programas de assistência social, FHC conseguiu melhorar a qualidade das despesas nas áreas de educação, saúde e reforma agrária. O grande feito foi nacionalizar uma idéia que vigorava em alguns Estados e municípios: o cartão magnético. Com ele em mãos, as famílias carentes sacam o benefício diretamente no banco, sem intermediação política. Isso serviu como um escudo contra o assistencialismo e a corrupção.
Num equívoco atrás do outro o Fome Zero perdeu o contorno de programa perene e passou a ser uma campanha de mobilização popular. Uma clara forma de trocar votos por comida paga pelo contribuinte.
Mas só vislumbrava-se incompetência. Até que no final de janeiro Graziano recebeu por cheque (foto) uma doação da modelo Gisele Bündchem de R$ 50 mil. Em vez de depositar o dinheiro imediatamente, Graziano manteve o documento sob sua guarda durante mais de quarenta dias. Só efetuou o depósito na semana passada em conta corrente aberta em nome do programa. Quando a história da mansidão vazou, o ministro tratou de explicar que a conta já havia sido aberta, mas o número não tinha sido divulgado. Ou seja, havia uma conta, mas ela era secreta.
A atitude do ministro foi no mínimo dúbia, alguma coisa como “C. Cola”, que não é Coca Cola, mas “Ci Colá”, todavia não colou.
Além disso, que não ficou nem ficará bem explicado, parece que o ministro Extraordinário de etc... não entendeu as palavras de seu chefe presidente: “A fome não pode esperar”. (G.S.)
(*). Amanhã “Memórias” contará sobre as mulheres dos ministros que receberam sua “boquinha” logo depois da posse dos respectivos.
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