3 de mai. de 2007

Luz, câmera, ação!

Através de negociatas, a CPI do Apagão foi instalada. Não sei o que é pior: um governo que negocia cargos; partidos que negociam idéias; ou o povo que acredita que algo será apurado. Enquanto isso o inoperante Ministro da Defesa permanece a salvo; os controladores permanecem culpados e nós, continuamos correndo riscos. A CPI do Apagão Aéreo terá quatro meses para concluir seus trabalhos, com possibilidade de ser prorrogado por dois meses. Ou seja, seis meses de luzes, câmeras, ação!

(Leia em "texto completo" o perfil de cada um dos integrantes da CPI, elaborado por Ricardo Noblat)


Quem é quem na CPI do Apagão Aéreo
Abaixo o perfil dos 24 integrantes da CPI do Apagão Aéreo que começou a funcionar hoje:

Marcelo Castro (PMDB-PI) - presidente da CPI, cumpre seu terceiro mandato. Tem perfil discreto, não é de nenhum grupo do PMDB e apóia o governo desde o primeiro mandato.
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - vice-presidente da CPI, era ligado a Anthony Garotinho, ex-governador do Rio, e hoje é apontado no partido como um dos principais negociadores de cargos no governo. Se obtiver do governo o que pede, será fiel na defesa do governo. Caso contrário, poderá ser um incômodo.
Marco Maia (PT-RS) - será o relator da CPI. É fiel a Lula e como o presidente, é torneiro mecânico e metalúrgico.
Carlos Zaratini (PT-SP) - deputado de primeiro mandato, afinadíssimo com José Dirceu e Ricardo Berzoini, presidente do PT. Dia desses, foi à tribuna da Câmara defender regras para que a imprensa cubra as eleições.
André Vargas (PT-PR) - deputado de primeiro mandato, está no PT desde 1990. Foi vereador em Londrina (PR) e deputado estadual até 2006.
Pepe Vargas (PT-RS) - deputado de primeiro mandato, está no partido desde a fundação do PT. Foi duas vezes prefeito de Caxias do Sul (RS).
Beto Mansur (PP-SP) - foi duas vezes prefeito de Santos, está no terceiro mandato de deputado federal e é ligado ao deputado Paulo Maluf (PP-SP).
José Carlos Araújo (PR-BA) - foi filiado ao PFL até a metade do primeiro mandato de Lula. Em 2005, deixou a oposição para apoiar o governo, filiando-se ao antigo PL, hoje PR.
Nelson Meurer (PP-PR) - deputado de quarto mandato, ele é governista e apóia o governo desde o primeiro mandato.
Paes Landim (PTB-PI) - em seu sexto mandato, Landim deixou a oposição em 2004, quando era filiado ao PFL, para se aliar ao PTB, partido de Roberto Jefferson.
Wolney Queiroz (PDT-PE) - deputado de terceiro mandato, faz parte da base do governo, mas não é ferrenho defensor de Lula.
Dr. Ubiali (PSB-SP) - deputado de primeiro mandato, Ubiali passou pelo PMDB até 2005 e voltou para o PSB. É vice-líder do bloquinho que apóia Lula, que inclui PSB, PDT, PC do B, PMN, PAN e PHS.
Osmar Júnior (PCdoB-PI) - deputado de primeiro mandato, foi duas vezes vice-governador do Piauí. Por ser o único indicado do partido para a CPI, seguirá à risca o que o partido indicar.
Fernando Gabeira (PV-RJ) - apesar de fazer parte da coalizão, Gabeira faz oposição ao governo e na CPI dos Correios foi dos mais atuantes membros.
Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) – deputado de quarto mandato, foi Secretário de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras do governo Alckmin.
Geraldo Thadeu (PPS-MG) - deputado de segundo mandato, fez oposição ao governo principalmente na CPI dos Correios, da qual participou.
Gustavo Fruet (PSDB-PR) - foi sub-relator da CPI dos Correios e candidato da terceira via à Presidência da Câmara. É dos mais preparados deputados da oposição na CPI.
Solange Amaral (DEM-RJ) - deputada de primeiro mandato, já passou pelo PV e pelo PTB até se eleger para a Câmara.
Vanderlei Macris (PSDB-SP) - um dos autores da CPI do Apagão Aéreo, é deputado de primeiro mandato. Foi líder na Assembléia Legislativa de São Paulo.
Vic Pires Franco (DEM-PA) - deputado de quarto mandato, está desde 1992, quando entrou para a política, no PFL. É jornalista.
Vitor Penido (DEM-MG) - deputado de primeiro mandato, ex-prefeito de Nova Lima (MG). É pouco afeito a temas nacionais e a disputas políticas no Congresso.
Luciana Genro (PSOL-RS) - foi expulsa do PT na mesma época em que Heloísa Helena e Babá saíram do partido. Fará oposição, muito barulho, mas pouco articulará na CPI.
Leonardo Quintão (PMDB-MG) - assim como Eduardo Cunha, era ligado a Garotinho e está junto com uma ala do partido que briga pela indicação de cargos na Petrobrás e Furnas.
Wladimir Costa (PMDB-PA) - fez oposição ao governo na CPI do Mensalão. É um franco atirador que, inclusive, já ameaçou em discurso em 2004 jogar uma pedra em Lula.

Um comentário:

ma gu disse...

Alô, Adriana

Como já comentei em outra inserção, esta CPI, aproveitando decisão da Justiça, servirá como cortina de fumaça, ou 'factóide', no dizer de César Maia, para ocupar a imprensa e encobrir outras besteiras que o governo faz. A composição da mesa mostra que há poucos interessados em realmente chegar a alguma conclusão.