12 de jun. de 2007

Com Perdão da Palavra

Por Giulio Sanmartini

Quando um lugar é muito estranho se diz que, cercando vira hospício e cobrindo com lona vira circo. Para Brasília poderia ter uma terceira alternativa: se colocar sofás vermelho vira bordel. Mas desde o mensalão, passando por Antônio Palocci, e chagando-se à Operação Navalha. se vê, que de fato os políticos e lobistas transformaram a Capital Federal em um verdadeiro bordel.
No início do século XX existia um jornal pornográfico, chamado Rio Nu e este tinha uma coluna de mexericos (a palavra fofoca ainda não existia): “Da Zona”, não existiria nada mais adapto para falar sobre os acontecimento brasilianos.
A ministra do Supremo Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, no depoimento de 52 pessoas envolvidas na Operação Navalha, teve que ouvir coisas que ruborizariam patifes, rufiões e diretores de porno–chanchadas.
A propina em dinheiro era tratada como “agenda”. Flagrado com uma sacola, pouco antes de se encontrar com o dono da corruptora empreiteira Gautama, o ex-secretário de obras de Simop (MT), Jair Pessine, contou uma história complicada, concluindo que antes da reunião havia comprado uns vinhos, não tinha nada de dinheiro.
Já Vicente Coni, superintendente da Gautama no Maranhão, estado onde esta construiu pontes ligando nada a coisa nenhuma, confirmou que mandou uma “encomenda para Alexandre Lago, sobrinho do governador Jackson Lago, mas eram “só umas cocadinhas”.
Já o gerente financeiro da Gautama, Gil Jacó de Carvalho Santos, disse ter contratado umas garotas de programa (leia-se, putas) para o secretário de Infra-estrutura de Alagoas Adelson Teixeira Ribeiro e para o subsecretário Denisson Luna Tenório, no dia do casamento de Rodolpho Veras, filho do dono da empreiteira corruptora. Os dois agraciados na semana seguinte liberaram R$ 5 milhões para a empreiteira.
Gostaria de chamar esse festa de orgia, mas a promiscuidade lhe pode dar somente um nome (com perdão da palavra), suruba!
É de acabrunhar a situação em que o país caiu, na mão desses políticos.
Basta! REAGE BRASIL!
(*) Ilustração: Salon rue des Moulins, de Toulouse Lautrec

Leia a matéria Eduardo Militão
em Congresso em Foco

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