Por Fabiana Sanmartini
Passei minha infância longe da Zona Sul, aonde ia apenas a passeio e durante as férias escolares. Minhas avós moravam uma no Jacarezinho e outra no Grajaú. E entre esses dois lugares e a Ilha do Governador tive uma infância bem cheia de lembranças boas. Acho que quem está chegando aos 40 como eu, deve lembrar-se das mesmas coisas. A simpática senhora do armarinho, no Jacarezinho, que de tão pequena que eu era não me recordo o nome, onde minha avó Wanda me comprava conjuntos de shots e camiseta que eu emporcalhava sistematicamente. O jornaleiro que me vendia os gibis e o apaixonante transfer. Os carnavais com meus irmãos e prima fantasiados iguais, em um bloco empolgadíssimo no correto do Largo do Jacaré e o Bloco da Rua Flack.
O Grajaú não era diferente, cadeiras na porta senhoras fazendo o apontamento da vida alheia enquanto brincávamos na rua.
Tinha violência? Não me lembro. Sei com certeza que o mais apavorante era o “homem do saco”.
Já fazia um pouco mais de um ano que não ia ao Jacaré. Estive lá esta semana e a nossa casa, o largo, a banca de jornal e até o armarinho continuam no mesmo lugar. Então porque saí com meu coração tão cheio de nostalgia? É que hoje não se anda mais pelas ruas do subúrbio sem temer pela violência, pelas balas perdidas. Do Subúrbio não, do Rio.
Passei minha infância longe da Zona Sul, aonde ia apenas a passeio e durante as férias escolares. Minhas avós moravam uma no Jacarezinho e outra no Grajaú. E entre esses dois lugares e a Ilha do Governador tive uma infância bem cheia de lembranças boas. Acho que quem está chegando aos 40 como eu, deve lembrar-se das mesmas coisas. A simpática senhora do armarinho, no Jacarezinho, que de tão pequena que eu era não me recordo o nome, onde minha avó Wanda me comprava conjuntos de shots e camiseta que eu emporcalhava sistematicamente. O jornaleiro que me vendia os gibis e o apaixonante transfer. Os carnavais com meus irmãos e prima fantasiados iguais, em um bloco empolgadíssimo no correto do Largo do Jacaré e o Bloco da Rua Flack.
O Grajaú não era diferente, cadeiras na porta senhoras fazendo o apontamento da vida alheia enquanto brincávamos na rua.
Tinha violência? Não me lembro. Sei com certeza que o mais apavorante era o “homem do saco”.
Já fazia um pouco mais de um ano que não ia ao Jacaré. Estive lá esta semana e a nossa casa, o largo, a banca de jornal e até o armarinho continuam no mesmo lugar. Então porque saí com meu coração tão cheio de nostalgia? É que hoje não se anda mais pelas ruas do subúrbio sem temer pela violência, pelas balas perdidas. Do Subúrbio não, do Rio.
O subúrbio hoje está tomado pelo poder das milícias, que se você não paga, encarregam-se pessoalmente de se fazerem necessários. E paga-se bem, alguém que pague um aluguel de mais ou menos R$ 500,00, paga pela “segurança” algo em torno de R$ 50,00 chegando a R$100,00 no caso de comerciantes, por semana. E com “um qualquer” a mais, consegue-se uma ligação clandestina, ou gato, de TV á cabo.
Se não estou realmente ficando velha e defasada, me lembro que a segurança pública era responsabilidade do governo e que se saísse do controle, poderíamos contar com o governo federal. Mas fica difícil a concorrência com os governantes. Aliás, minha mãe me dizia que se eu me perdesse dela nas ruas movimentadas do Centro da Cidade, era para procurar um policial! Pasmem!!!!
O Cristo Redentor, que sempre achei que protegia o Rio, já fico em dúvida se esta de braços abertos ou se é “mãos ao alto” mesmo.
Longe de mim querer de volta a ditadura. É que carecemos de tranqüilidade e um mínimo de garantia de vida para elegermos os próximos desgovernantes.
Os políticos, demagogicamente, agora querem que o Cristo seja eleito uma da “novas” Sete Maravilhas do Mundo, mas na realidade, há tempos, eles viraram as costas para a Cidade que já foi Maravilhosa.
Se não estou realmente ficando velha e defasada, me lembro que a segurança pública era responsabilidade do governo e que se saísse do controle, poderíamos contar com o governo federal. Mas fica difícil a concorrência com os governantes. Aliás, minha mãe me dizia que se eu me perdesse dela nas ruas movimentadas do Centro da Cidade, era para procurar um policial! Pasmem!!!!
O Cristo Redentor, que sempre achei que protegia o Rio, já fico em dúvida se esta de braços abertos ou se é “mãos ao alto” mesmo.
Longe de mim querer de volta a ditadura. É que carecemos de tranqüilidade e um mínimo de garantia de vida para elegermos os próximos desgovernantes.
Os políticos, demagogicamente, agora querem que o Cristo seja eleito uma da “novas” Sete Maravilhas do Mundo, mas na realidade, há tempos, eles viraram as costas para a Cidade que já foi Maravilhosa.
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