12 de jun. de 2007

Epitácio Cafeteria Trocou a Vogal.

Por Giulio Sanmartini

O caso do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), depois que se tornou pública a acusação do jornalista Policarpo Junior, que a pensão alimentícia que esse senador dava a uma filha fora do casamento e à mãe desta, Mônica Veloso, era paga pelo lobista da Construtora Mendes Junior, Cláudio Gontijo, entrou na rota da impunidade logo de saída com a desastrada declaração do Corregedor do Senado Romeu Tuma (DEM-SP) : “Eu não quero condená-lo, quero absolvê-lo”. foi ainda mais longe depois de ouvir Gontijo, disse ter sentido firmeza no que este dissera.
Como Calheiros pediu a seus pares (cúmplices) que pelo amor de Deus não ouvissem a mãe de sua filha, começou a armar-se a outra farsa a “inutilidade” de se ouvir uma testemunha chave.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo, cuja honestidade mais que duvidosa, deveria ser desconfortável a qualquer colega, parte em defesa do presidente e tenta explicar a inutilidade de ouvir Mônica Veloso: "Os fatos são numéricos, contábeis, tem ou não tem. Acho que, a princípio, não precisa ouvir ninguém". Não senador, não se trata de “tem ou não tem”, discute-se se Renan Calheiros “pagou ou não pagou com seu dinheiro”, ele teve todo o tempo que quis para mostrar que os pagamentos tenham sido feitos com o dinheiro dele, mas até agora não mostrou nada.
Todavia a coisa ainda piora quando se ouve o relator da representação senador, Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que há dias dissera com desprezo, que ouvir a “moça” serviria somente para fofoca. Ontem queixou-se que não queria ser relator, que a posição não era um “prêmio”, mas “ônus” e ainda teve o despudor de dizer: "Eu gostaria de estar comendo caranguejo no Maranhão ou um peixe na beira da praia".
Ora senador, tenha a paciência, não cuspa na cara dos brasileiros. Quer dizer que o senhor ganhando entre salários e penduricalhos (R$ 100 mil), percebe mensalmente o que um trabalhador levaria 22 anos para ganhar e preferia ficar na beira da praia, comendo do bom e do melhor e de “papo pro ar”?
O senhor se enganou quando disse que relatar a representação para o senhor é um “ônus”, usou o “ô”, mas a vogal certa é “a”. É nisso que o senhor impudicamente, está transformando o Senado da República.
REAGE BRASIL!
(*) Na foto: a esquerda Cafeteira, a direita Sibá

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