Josias de Souza, na Folha de São Paulo escreve um excelente e irreprochável artigo sobre o desprezo como os políticos estão tratando os cidadãos corretos e que os sustentam pagando acachapantes impostos. O cita mais precisamente o deputado Antonio Palocci (PT-SP).

SOBRE O PASSADO, A POSTERIDADE E A LÍNGUA DE FORA
Por Josias de Souza
Albert Einstein é mais lembrado por aquela foto com a língua de fora do que pela teoria da relatividade. Poucos se lembram de que energia é igual a massa vezes velocidade da luz elevada ao quadrado. Mas não há quem desconheça a imagem do autor da fórmula dando a língua, em 1951, para a lente do fotógrafo Arthur Sasse.
Muitos gestores públicos costumam exibir línguas metafóricas para a população sem se preocupar com o que o que o futuro dirá deles quando puder se pronunciar. O pior é que, na imensa maioria dos casos, eles não costumam legar nada que se assemelhe a uma teoria pessoal da relatividade para compensar o flagrante da língua.
Veja-se, a propósito, o caso de Antonio Palocci (PT-SP). A passagem dele pelo ministério da Fazenda, por recente, ainda é história de colo. Só depois de percorrer os corredores frios da posteridade, essa senhora seletiva, é que saberemos que imagem de Palocci vai sobreviver, se a do ministro que manteve a estabilidade da economia ou a do sujeito que mandou quebrar o sigilo bancário do caseiro que o viu na mansão dos prazeres.
Quanto à passagem de Palocci pela prefeitura de Ribeirão Preto, já entrada em anos, não há tantas dúvidas. Prevaleceram as línguas de fora. Nesta quarta-feira (6), o passado municipal do ministro, um fantasma que não se cansa de reaparecer para assombrar-lhe o presente, expôs duas línguas que o ex-prefeito, hoje deputado federal, deixou de fora.
Palocci foi condenado à perda de função pública num par de decisões judiciais. Numa delas, por ter realizado gastos considerados indevidos numa obra orçada em R$ 8 milhões. Noutra, por ter doado ao arrepio da lei R$ 14.601 da prefeitura à Associação Ribeirão-pretana dos Funcionários da USP.
Os valores parecem irrisórios diante das cifras que infestam o noticiário dos dias que correm. As sentenças, de resto, são de primeira instância. Sujeitas a recurso, serão, decerto, reformadas. O que espanta é que, de suspeita em suspeita, de condenação em condenação, o ex-prefeito vai descendo ao verbete da enciclopédia como um Palocci com a língua eternamente de fora.

SOBRE O PASSADO, A POSTERIDADE E A LÍNGUA DE FORA
Por Josias de Souza
Albert Einstein é mais lembrado por aquela foto com a língua de fora do que pela teoria da relatividade. Poucos se lembram de que energia é igual a massa vezes velocidade da luz elevada ao quadrado. Mas não há quem desconheça a imagem do autor da fórmula dando a língua, em 1951, para a lente do fotógrafo Arthur Sasse.
Muitos gestores públicos costumam exibir línguas metafóricas para a população sem se preocupar com o que o que o futuro dirá deles quando puder se pronunciar. O pior é que, na imensa maioria dos casos, eles não costumam legar nada que se assemelhe a uma teoria pessoal da relatividade para compensar o flagrante da língua.
Veja-se, a propósito, o caso de Antonio Palocci (PT-SP). A passagem dele pelo ministério da Fazenda, por recente, ainda é história de colo. Só depois de percorrer os corredores frios da posteridade, essa senhora seletiva, é que saberemos que imagem de Palocci vai sobreviver, se a do ministro que manteve a estabilidade da economia ou a do sujeito que mandou quebrar o sigilo bancário do caseiro que o viu na mansão dos prazeres.
Quanto à passagem de Palocci pela prefeitura de Ribeirão Preto, já entrada em anos, não há tantas dúvidas. Prevaleceram as línguas de fora. Nesta quarta-feira (6), o passado municipal do ministro, um fantasma que não se cansa de reaparecer para assombrar-lhe o presente, expôs duas línguas que o ex-prefeito, hoje deputado federal, deixou de fora.
Palocci foi condenado à perda de função pública num par de decisões judiciais. Numa delas, por ter realizado gastos considerados indevidos numa obra orçada em R$ 8 milhões. Noutra, por ter doado ao arrepio da lei R$ 14.601 da prefeitura à Associação Ribeirão-pretana dos Funcionários da USP.
Os valores parecem irrisórios diante das cifras que infestam o noticiário dos dias que correm. As sentenças, de resto, são de primeira instância. Sujeitas a recurso, serão, decerto, reformadas. O que espanta é que, de suspeita em suspeita, de condenação em condenação, o ex-prefeito vai descendo ao verbete da enciclopédia como um Palocci com a língua eternamente de fora.
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