Por Giulio Sanmartini
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), num recurso derradeiro, está começando a botar a “boca no trombone”. Quer, como num “western”, sair atirando, mas esquece que nesse filme ele é o bandido.
Agindo como um extorsionário de casa de raparigas, levanta suspeitas sobre outros senadores, para mostrar que “tem bala na agulha”.
As insinuações vão se espalhando; contra o senador Agripino Maia (DEM-RN), que teria uma dívida com o Banco do Nordeste, ou Demóstenes Torres (DEM-GO), que teria levado sua amante para os Estados Unidos com despesas pagas pelo Estado. Demóstenes não se intimidou e mandou-lhe um contundente recado: “É melhor ele abandonar o cangaço e se comportar como presidente do senado. Não me sinto intimidado, quem tem rabo que se sente em cima do rabo.”
Essas manobras indignas, valeram-lhe um desafio, lançado em plenário, do senador Eduardo Suplicy (PT-SP): "Quero transmitir ao presidente Renan Calheiros que, se ele tiver conhecimento de qualquer procedimento inadequado de algum senador, que é dever dele, como presidente, dizer".
Nesse ponto Renan recuou e negou, também em plenário, que tenha tentado intimidar senadores que defendem as investigações contra ele. "Nesse processo kafkiano de ataques especulativos de que algumas pessoas são vítimas, diariamente surgem muitas intrigas, mas o Senado Federal, que me conhece sobejamente e a minha relação no dia-a-dia com cada senador, sabe muito bem que ameaças e insinuações não fazem parte da minha personalidade".
Muito bonito, apesar de duvidar que o senador tenha lido O Processo de Franz Kafka, aliás, este faz parte de relação de autores que todos citam, alguns tem exemplares nas estantes, contudo pouquíssimos leram.
Mas voltando a “vaca fria” (com segundas intenções): - Senador, kafkiano, como se diz aqui na Itália, é “il cazzo!”. Se o senhor tivesse agido como manda a lei, tudo estaria bem. Pelo que tem dito, a revista Veja e o jornalista Policarpo Junior o estão caluniando, portanto não é o senhor quem deve provar dispor de recursos para enfrentar despesas com a filha nascida de seu relacionamento com uma jornalista. Cabe a seus acusadores demonstrar a acusação de que essas despesas tinham sido feitas por uma empreiteira. E se não conseguirem, prevaleceria a regra de Direito, de que o ônus da prova cabe a quem acusa.
Muito fácil, não é mesmo? Mas tudo leva a crer que o senhor não quer chamar a revista e o jornalista às barras dos tribunais, pois aí sairá toda a verdade, e o senhor tem demonstrado que isso não o interessa.
Num passado não muito distante ainda existia dignidade no Senado da República, tristes tempos os que correm hoje, com Renans, Jucás, Sibas, Cafeteiras et caterva.
Leia a matéria na Tribuna da Imprensa online
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), num recurso derradeiro, está começando a botar a “boca no trombone”. Quer, como num “western”, sair atirando, mas esquece que nesse filme ele é o bandido.
Agindo como um extorsionário de casa de raparigas, levanta suspeitas sobre outros senadores, para mostrar que “tem bala na agulha”.
As insinuações vão se espalhando; contra o senador Agripino Maia (DEM-RN), que teria uma dívida com o Banco do Nordeste, ou Demóstenes Torres (DEM-GO), que teria levado sua amante para os Estados Unidos com despesas pagas pelo Estado. Demóstenes não se intimidou e mandou-lhe um contundente recado: “É melhor ele abandonar o cangaço e se comportar como presidente do senado. Não me sinto intimidado, quem tem rabo que se sente em cima do rabo.”
Essas manobras indignas, valeram-lhe um desafio, lançado em plenário, do senador Eduardo Suplicy (PT-SP): "Quero transmitir ao presidente Renan Calheiros que, se ele tiver conhecimento de qualquer procedimento inadequado de algum senador, que é dever dele, como presidente, dizer".
Nesse ponto Renan recuou e negou, também em plenário, que tenha tentado intimidar senadores que defendem as investigações contra ele. "Nesse processo kafkiano de ataques especulativos de que algumas pessoas são vítimas, diariamente surgem muitas intrigas, mas o Senado Federal, que me conhece sobejamente e a minha relação no dia-a-dia com cada senador, sabe muito bem que ameaças e insinuações não fazem parte da minha personalidade".
Muito bonito, apesar de duvidar que o senador tenha lido O Processo de Franz Kafka, aliás, este faz parte de relação de autores que todos citam, alguns tem exemplares nas estantes, contudo pouquíssimos leram.
Mas voltando a “vaca fria” (com segundas intenções): - Senador, kafkiano, como se diz aqui na Itália, é “il cazzo!”. Se o senhor tivesse agido como manda a lei, tudo estaria bem. Pelo que tem dito, a revista Veja e o jornalista Policarpo Junior o estão caluniando, portanto não é o senhor quem deve provar dispor de recursos para enfrentar despesas com a filha nascida de seu relacionamento com uma jornalista. Cabe a seus acusadores demonstrar a acusação de que essas despesas tinham sido feitas por uma empreiteira. E se não conseguirem, prevaleceria a regra de Direito, de que o ônus da prova cabe a quem acusa.
Muito fácil, não é mesmo? Mas tudo leva a crer que o senhor não quer chamar a revista e o jornalista às barras dos tribunais, pois aí sairá toda a verdade, e o senhor tem demonstrado que isso não o interessa.
Num passado não muito distante ainda existia dignidade no Senado da República, tristes tempos os que correm hoje, com Renans, Jucás, Sibas, Cafeteiras et caterva.
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