Agora pode?

O pelotão de choque petista durante anos combateu as privatizações. Foi assim com o governo FHC, foi assim com o governo Britto no Rio Grande do Sul. Verdadeiro “cavalo de batalha” da turma.
Não aceitavam sequer discutir a matéria. Pouco importava se através das privatizações muitos serviços públicos seriam melhores administrados pela iniciativa privada. Ou se recursos oriundos do empresariado seriam aplicados com maior competência e eficiência pelos governantes.
Não! Manifestavam-se radicalmente contra as privatizações e pronto. Manifestações públicas no caso da CRT; depois, com as linhas de transmissão de energia elétrica; e, principalmente com as concessionárias de rodovias e a conseqüente implantação dos pedágios. Chegaram a criar o seguinte jargão: “Olívio é o caminho, Brito o pedágio”. Lembram?

Em recente campanha eleitoral mentiram à opinião pública afirmando que a governadora Yeda, então candidata, privatizaria o Banrisul, como se “privatização” fosse uma palavra maldita, mesmo sabendo que, para tal medida, haveria a necessidade da realização de um plebiscito.
Agora, pasmem! O grande guru, o petista Lula, o “intocável” que nada sabe e nada viu, fala abertamente sobre a privatização de importantes rodovias federais, como a Fernão Dias – ligando Belo Horizonte a São Paulo; a BR-116 – ligando São Paulo a Curitiba; bem como a BR-101, entre Curitiba e Florianópolis; e ainda a BR-116, no trecho entre Curitiba e a fronteira com o Rio Grande do Sul. E também admite privatizar a Infraero, além dos maiores aeroportos brasileiros.
Vou me ater somente às rodovias, pois o outro “alvo” é bem mais delicado e merece uma análise individual, especialmente depois que a ANAC deixou o setor tão caótico que até os próprios “companheiros” suplicam pela renúncia coletiva dos diretores, todos fiéis ao grande guru, todos petistas de carteirinha.
Há previsão da criação de, segundo se anuncia, seis praças de pedágio nos 400 quilômetros que separam São Paulo de Curitiba, mais cinco praças nos 200 quilômetros entre Curitiba e Florianópolis, num verdadeiro assalto ao bolso dos milhões de usuários destas rodovias!
Se o governo federal não tem dinheiro para consertar e conservar tais estradas, então de onde sacou os bilhões que despejou nas obras do Pan? Ah, pão e circo para o povo sempre deram grandes resultados desde a idade média.
Quem diria! Onde estão os “bravos” políticos e os “raivosos” militantes petistas que sempre condenaram as privatizações?
Agora pode? Onde estão vocês, caras pintadas? Apareçam, subam nos palanques. Saiam para as ruas!
Cadê o carro de som?