Por Giulio SanmartiniOs jornalista de minha idade, quando começaram a carreira, em sua grande maioria tinham como sonho máximo ser correspondentes de guerra, a exemplo do estadunidense Ernest Hemingway, ou do brasileiro Rubem Braga.
Passaram-se mais de 40 anos, os correspondentes de guerra continuam, hoje menos românticos e mais vítimas, pois são incontáveis os que se transformam em reféns, alguns até degolados nesses conflitos sem trégua no oriente.
O Brasil está com tropas militares no exterior, uma chamada Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti, que desde 2004 mantém 1.200 homens . Acredito que não haja na ilha um correspondente brasileiro, por outro lado nesse período aconteceram somente duas coisas dignas de menção , o suicídio do comandante brasileiro, general Urano Teixeira de Mattos Bacellar e, como não podia deixar de ser, uma visita do “globe trotter” presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que levou em sua bagagem a seleção Brasileira e futebol para um partida com a seleção local.
Nesses últimos 16 anos, o Conselho de Ética da Câmara e do Senado investigou (ou está investigando) 20 escândalos. Entre os anos de 1991 a 2001 foram 9 começando pelos Anões do Orçamento onde um grupo de deputados liderados por João Alves (PP-BA), falecido em 2004, que fraudavam as emendas do orçamento da União, indo até do então presidente dos Senado Jader Barbalho,(PMDB-PA) envolvido em grossa corrupção na Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM).
Mas a coisa engrossou nesses últimos 12 meses com 7 escândalos desde o das Sanguessugas, passando pelo Dossiê, Operação Navalha, presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) até o pouco falado, em que o deputado Mario de Oliveira PSC-MG) é acusado de tramar um assassinato, cuja vítima seria o também deputado Carlos Willian (PTC-MG)
Em nota da Rádio Moreno fica-se sabendo que os escândalos políticos se tornaram tão freqüentes no Brasil, que os jornais estão criando editorias específicas para cobrir o assunto. O repórter do Globo Jailton de Carvalho tem se especializado na área e conta como é essa rotina. Ele busca informações em cerca de 40 órgãos e nem sempre consegue arrancar de suas fontes dados que, muitas vezes, são sigilosos. "É um combate permanente pela busca da informação", conta.
Pois é, os correspondentes de guerra foram substituídos pelos “correspondentes de escândalos e os campos de batalha a Praça dos Três Poderes e o Congresso Nacional (foto)
É acabrunhante ver ao que foi reduzido o País do Futuro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário