24 de jul. de 2007

O sorriso da esfinge

Por Ralph J. Hofmann

José Carlos Pereira da INFRAERO esbraveja. A Federação Internacional dos Controladores de Vôo sugeriu que o controle aéreo no Brasil seja auditado de fora.
José Carlos Pereira cita a explosão de um avião na Escócia. Lockerbie Sr. General? O que é que o controle de tráfego aéreo tem a ver com uma sabotagem. Acaso os controladores de tráfego são tratadores de cães farejadores de explosivo Sr. General? Cita também uma colisão na Suécia. Tem toda razão. O caso da Suécia reflete mal sobre os Suecos. Mas ninguém pode dizer que a infraestrutura de controle da Suécia estivesse obsoleta, sem manutenção adequada ou tripulada por pessoas que não conseguem dialogar com os pilotos.
Alega o Sr. General também que as passagens terão de aumentar, para gerar recursos que cubram a modernização e segurança do sistema brasileiro.
Como Sr. General? De que recursos adicionais me fala Sr. General? Quando a INFRAERO vai usar os recursos cobrados dos passageiros nas taxas aeroportuárias? Que destino terão recursos adicionais que venham a ser recolhidos pela INFRAERO Sr. General?
O Sr. é General. Supomos que seja um homem combativo por formação. Em nenhum momento suporia que é um homem pusilânime. Senão não teria escolhido a carreira que escolheu.
Reporte-se ao momento em que deixou de ser cadete e incorporou as Forças Armadas como oficial. Jurou defender este povo brasileiro. Volte as costas aos riscos de perder sua posição, deixe de investir contra as críticas construtivas que tem sido feito contra a administração dos ares do Brasil e volte-as contra quem de direito, quem desvia fundos da segurança para a cosmética dos aeroportos. Volte sua verbosidade contra quem hesita em substituir equipamentos de controle, quem não patrocina cursos de imersão total de inglês para sargentos controladores.
Sr. General. O Sr. É homem da aviação. O Sr. sabe que está sentado à mesa com os inimigos da aviação brasileira. Mas o Sr. ainda é homem da aviação.
E especialmente Sr. General, invista contra o que talvez seja o maior algoz da aviação brasileira. Aquela esfinge que tudo observa e nada mais faz senão lacrar as guaiacas. O Tesouro Nacional, cujas mãos pegajosas nunca soltam aquilo que agarram, mesmo que isto custe vidas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ralph você não deveria ser um trader, mas sim um diplomanta, dá uma aula de civismo e educação ao General. Vale ressaltar que este General quando na caserna jamais teve atribuições correlatas à da Infraero.