10 de jul. de 2007

Prá Lá de Bagdá...

Um jornalista estadunidense ao recepcionar seus compatriotas que estavam chagando ao Rio de Janeiro para os Jogos Pan Americanos, os saudou com um inconveniente “Bem vindos ao Congo”, dessa forma com sua pretensa superioridade conseguiu ofender duas nações. Ele, por força da profissão deve informar sobre e comentar as condições de segurança da cidade, todavia a comparação foi no mínimo de mau gosto.
Sobre o assunto segurança, Carlos Chagas escreve hoje na Tribuna da Imprensa, sugerindo que todos façam algum exorcismo para que nada de grave aconteça durante os jogos, pois caso isso aconteça, servirá para denegrir ainda mias a imagem da cidade. (G.S.)

“(...) Agora, se durante a competição alguém escrever "Bem-vindo a Bagdá", é bom tomar cuidado. Porque encontram-se à vista de todos os ingredientes para melar os jogos: o crime organizado continua dominando as favelas à margem das avenidas próximas de onde se instalarão ou por onde deverão transitar atletas e turistas. O policiamento foi multiplicado dentro da máxima do "atire primeiro e pergunte depois", transmitida aos policiais encarregados de garantir a segurança do evento.
Uma escaramuça que seja, com vítimas relacionadas aos jogos, servirá de motivo para os quase dois mil jornalistas do mundo inteiro divulgarem o incidente. Nessa hora, em vez de servir para promover o País, o Pan terá contribuído para nossa maior desmoralização.
Parece fora de questão esperar patriotismo dos chefões do narcotráfico. Eles controlam um negócio por demais rendoso para ser interrompido alguns dias. Imaginar a polícia refluindo em sua ação seria, antes de mais nada, passar recibo de impotência no poder público. Pelo contrário, deverá crescer o potencial de risco nas zonas conflagradas, mesmo se reduzidos os ataques às malocas do banditismo.
Em suma, a hora é de torcer os dedos em figa para que nada de mais grave aconteça. Para que nenhuma comitiva esportiva atravesse as linhas de tiro na hora dos confrontos, ou nenhuma bala perdida alcance estádios e alojamentos postos à disposição dos atletas. O Rio encontra-se nas mãos de Deus, por sorte depois de o Cristo Redentor haver sido incluído nas sete maravilhas do mundo moderno...”

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