Por Giulio Sanmartini
O Presidente do senado Renan Calheiros (PMDB) acusado de ter suas contas pagas por um lobista e a cada dia se enrola, para manter o cargo e o mandato, criou sua tropa de choque, que parece mais uma reunião de Irmãos Metralha:
O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), é o porta-voz de Renan no Conselho de Ética e o principal articulador político do presidente do Senado no dia-a-dia.
O líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), repassa os comandos de Renan para a bancada e coloca em prática as estratégias de defesa. Na linha de frente estão os senadores Leomar Quintanilha (PMDB-TO), Wellington Salgado (PMDB-MG), Gilvam Borges (PMDB-AP) e Almeida Lima (PMDB-SE).
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) tem orientado os passos da bancada durante a crise e aconselhado senadores da base de sustentação do governo. A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), e Tião Viana (PT-AC) fazem a ponte entre o Palácio do Planalto e a Casa, além de negociar com Renan as ações a serem tomadas.
Só para citar dois, Romero Jucá é acusado de ter supostamente oferecido sete fazendas inexistentes como garantia para um financiamento do Banco da Amazônia entre outras denúncias de desvios de dinheiro público.
Leomar Quintanilha responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), foi indiciado pela Polícia Federal num processo de 2002 que investiga desvio de dinheiro público
Sibá Machado que renunciou à Presidência do Conselho de Ética do Senado declarou, o ex-relator Epitáfio Cafeteira (PTB-MA) que sugeriu a absolvição de Renan, renunciou ao cargo e não pediu licença para tratamento médico como dito a imprensa. Cafeteira não estaria agüentando às pressões de aliados e da opinião publica que pede a condenação do presidente do Senado.
O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF), pilhado numa gravação onde combina a repartição de dinheiro com Tarcísio Franklin Moura, ex presidente nomeado por Roriz, do Banco Regional de Brasília e atualmente preso sob acusação de lavagem de dinheiro. Na primeira conversa Tarcísio que havia sido sacado no BRB o cheque de R$ 2,2 milhões. informa que o dinheiro seria remetido para a casa de Roriz.
- Desse jeito, não - respondeu Roriz. que logo depois diz que o dinheiro é de muita gente.
Mas em outra conversa, tudo fica certo:
Tarcísio – Oi, senador.
Roriz – Oi.
Tarcísio – Posso sugerir um negócio?
Roriz – Pode.
Tarcísio – Por que a gente não leva lá para o escritório do Nenê (refere-se a Nenê Constantino, dono da Gol)?
Roriz – Era pra isso mesmo.
Tarcísio – E de lá sai cada um com o seu.
Roriz – Era para ser isso mesmo, mesmo porque lá não tem dúvida mesmo.
Numa solução totalmente amoral:O grupo político de Joaquim Roriz (PMDB-DF) estuda a alternativa de uma renúncia em bloco não apenas do titular, mas também dos dois suplentes do mandato de senador conquistado com 657.217 votos, nas eleições de 2006. A manobra objetiva provocar nova eleição para senador no DF, com Roriz candidato. A renúncia o livraria de processo no Conselho de Ética, impedindo, na prática, a provável cassação do seu mandato. Para se manter elegível, Roriz precisa renunciar antes que o Conselho de Ética abra o processo contra ele. Desde ontem o grupo realiza consultas informais a especialistas em Direito Eleitoral. São suplentes de Roriz o ex-deputado Gim Argello (PTB) e Marcos de Almeida Castro (PMDB).
Se ninguém for punido, uma Casa do poder legislativo terá deixado de servir e quando isso acontece, se está bem próximo a uma crise constitucional.
Olha o perigo aí, gente!
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