Tio...Vota em Mim!

Por Fabiana Sanmartini

É isso ai, o Cristo Redentor foi eleito como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. Foi eleito com votos de todo o Brasil. Estamos lá representados entre os grandes monumentos da arquitetura, da história, da beleza. É só lembrarmos das Pirâmides do Gizé, única maravilha sobrevivente do Mundo Antigo. São nossos companheiros também eleitos, o Taj Mahal (Índia), Machu Pichu (Peru), Chichén Itzá (México), Coliseu (Itália), A Grande Muralha (China) e Petra, (Jordânia). A Muralha da China foi a mais votada O nosso Cristo ficou em terceiro lugar. Impressionante e vale ressaltar, que os países a votaram mais, foram o Brasil e a Índia, igualmente massacrados pela miséria. Não tenho dados sobre as Índia, mas aqui votou quem tem celular ou computador. Maneira injusta e pouco democrática, no meu ponto de vista. Acho que deveria existir uma categoria à parte para monumentos como a Estátua da Liberdade, a Torre Eiffel e o próprio Cristo. Não dá para fazer parâmetro deles, com, por exemplo, o Coliseu em Roma ou com o Alhambra de Granada que ficou de fora. De qualquer maneira...Alvíssaras! Temos sem dúvida a mais bela vista de todos os monumentos, apesar de isso não ter entrado no julgamento.
A visita de turistas que é entorno de 3.000 pessoas dia, variando com a época do ano (segundo a Tribuna da Imprensa), com a vitória, certamente vai aumentar. Quando passar a ressaca da comemoração vamos ter que resolver alguns “pequenos probleminhas”: Os visitantes são muito bem servidos de transportes para chegar ao local. Podem pegar o trem, este custa R$ 36,00 para adultos e R$ 18,00 para menores de 12 anos. Podem optar pelo táxi, este cobra R$ 50,00 por pessoa, e na abordagem aos visitantes faz questão de enfatizar maior segurança dos seus serviços, informando prontamente (como devemos sempre informar ao turista) os perigos do transporte oficial. O principal problema, como não poderia deixar de ser, são os assaltos. Se o visitante para ir optar pelo seu próprio carro, ao estacionar encontrará com os flanelinhas da prefeitura, que cobram R$ 2,00, mas igualmente gentis, cobram alguma coisa a mais, de acordo com a vontade do freguês, como explicam: “pela segurança do automóvel”, ora, então você paga a taxa oficial para que, se não é para a segurança do carro?. Atenciosos...!!! Mas se você é brasileiro, fique tranqüilo, o Cristo te protege e os “comerciantes” da Maravilha dão um desconto razoável “pros irmãos”.
No sério, estou orgulhosa como brasileira e principalmente como carioca! Mas estes pontos precisam ser vistos com atenção, caso contrário vamos enviar para o mundo nova mensagem de incompetência. De toda sorte, vai à sugestão aos governantes, caso não consigam pensar em nada, podem pedir ajuda ao estrategista do Complexo do Alemão, mesmo com um português tosco conseguiram treinar seu pessoal e mostrar-se superior a lei e a ordem. Vamos chamar para a comemoração pelo feito o ilusionista David Copperfield, ele sim vai poder esconder os problemas de segurança pública no estado, favorecer a pose e justificar os sorrisos das autoridades presentes. Se não for suficiente, já que o país é uma piada, poderemos solicitar numa sessão com a presença do Mago Merlin.
Mas, vamos pensar com a cabeça fria e averiguar se não fomos manipulados mais uma vez. Com apelos gritando nos meios de comunicação, o bobo da corte, Lula com seus espetaculares nove dedos fazendo-se valer do concurso para abafar os escândalos que se agigantam em seu governo medíocre. Com a mesma desfaçatez declara que é o brasileiro o culpado pela imagem deturpada do país no estrangeiro. Francamente, em um concurso com votação feita desta forma, fica evidente que os países mais populosos serão “convidados para festa”. Todavia vai parecer a venda de bilhetes para eleição de “sinhazinha” e “sinhozinho” nas festas caipiras das escolas de ensino fundamental. Quem tem a família maior é sempre eleito, não faltam tias, madrinhas, pais e mães querendo ver seu rebento em lugar de destaque no dia da festa. Então parabéns presidente, o senhor continua de onde parou, no ensino fundamental, vendendo bilhetes para eleições de seus interesses.