1 de jul. de 2007

Um Presidente que Mediocrizou o Brasil


Jamais fui partidário ou admirador total de Juscelino Kubitschek (JK), também tenho algumas restrições a ele como presidente, uma dos mais sérias foi o usar a censura contra os criticavam, cito dois exemplos: Millôr Fernandes e Juca Chaves. Depois não aprovo Brasília, o progresso podia ser levado à hinterlândia sem sua “fabricação” a toque de caixa. Sua construção além da corrupção, deu o primeiro passo para a inflação descontrolado que corroeu o país por três décadas, terminando somente com o Plano Real em 1994.
Mas tenho que concordar com o comparativo feito por com Augusto Nunes (clique Leia mais) entre Juscelino e Lula. O desavisado presidente da República, por pretensão, megalomania ou ignorância, tem a mania de comparar-se com JK.
Ao contrário do período que lhe é anterior“O país moderno deste começo de milênio pareceu primitivo no momento em que Lula ganhou a eleição. Quatro anos e meio depois, ficou mesmo. As grandezas prometidas em 2002 seguem estacionadas no PAC. As estradas federais estão em frangalhos. O apagão aéreo vai completando nove meses. A roubalheira federal atingiu dimensões amazônicas” . sobre o fato de Lula estar bem nas pesquisas de opinião diz Nunes: “Está bem por ter inventado o Bolsa Família, que promoveu milhões de miseráveis a dependentes da esmola federal. E está bem sobretudo porque o advento da Era da Mediocridade tornou o país mais jeca, mais brega, menos exigente”.Quando a conta do governo Lula chegar, não se saberá o que poderá acontecer. Tenho só uma certeza, a conta será muito, mas muito salgada mesmo. (G.S.)
A Era da Mediocridade
O presidente Juscelino Kubitschek é o que o brasileiro deveria ser. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o que o brasileiro é. Incapaz de folhear uma biografia, sem paciência para estudar a História do Brasil, Lula não sabe exatamente quem foi o antecessor. Mas gosta de comparar-se a JK. Depois de apresentá-lo como exemplo a seguir, não demorou a descobrir-se superior ao modelo. JK morreu antes que o atual chefe de governo tivesse nascido politicamente. Caso o conhecesse, não gostaria de ser comparado a Lula.
Ambos nascidos em famílias pobres, ultrapassaram sem medo as fronteiras impostas ao imenso gueto dos humildes e alcançaram o coração do poder. Esse traço comum abre a diminuta lista de semelhanças, completada pela simpatia pessoal, pelo riso fácil e pelo apreço por viagens aéreas. Bem mais extensa é a relação das diferenças, todas profundas, algumas abissais. O pernambucano de Garanhuns é um bom político. Pensa nas próximas eleições. O mineiro de Diamantina foi um genuíno estadista. Pensava nas próximas gerações.
Lula ama ser presidente, mas viveria em êxtase se pudesse ser dispensado de administrar o país. Bom de conversa e ruim de serviço, detesta reuniões de trabalho ou audiências com ministros das áreas técnicas. E escapa sempre que pode do tedioso expediente no Palácio do Planalto.
JK amava exercer a Presidência - e administrava o país com volúpia e paixão. A chama dos visionários lhe incendiava o olhar quando contemplava canteiros de obras que Lula só visita para discursar de improviso. Lula só trata com prazer de política. JK tratava também de política com prazer.
O país primitivo dos anos 50 pareceu moderno já no dia da posse de JK. Cinco anos depois, ficara mesmo. O otimista incontrolável inventou Brasília, rasgou estradas onde nem trilhas havia, implantou a indústria automobilística, antecipou o futuro. Com JK, o Brasil viveu a Era da Esperança.
O país moderno deste começo de milênio pareceu primitivo no momento em que Lula ganhou a eleição. Quatro anos e meio depois, ficou mesmo. As grandezas prometidas em 2002 seguem estacionadas no PAC. As estradas federais estão em frangalhos. O apagão aéreo vai completando nove meses. A roubalheira federal atingiu dimensões amazônicas. Mas Lula está bem no retrato, informa a mais recente pesquisa de opinião.
Está bem porque a economia tem sido poupada de sacolejos planetários freqüentes em governos anteriores. Está bem por ter inventado o Bolsa Família, que promoveu milhões de miseráveis a dependentes da esmola federal. E está bem sobretudo porque o advento da Era da Mediocridade tornou o país mais jeca, mais brega, menos exigente.
Nos anos 50, o governo e a oposição eram conduzidos pelos melhores e mais brilhantes. O povo que sabia sonhar sabia também escolher. Mereceu um presidente como JK. No Brasil de Lula, mandam os medíocres. O grande rebanho dos conformados tem o pastor que merece.

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