Existem muitos exemplos de brasileiros que tiveram uma infância miserável e conseguiram distinguir-se por esforço próprio.
Um que se tornou emblemático foi do cuiabano Eurico Gaspar Dutra, ajudava sua mãe na parca renda doméstica, vendendo pelas ruas balas que ela fazia. Seu desejo era ser engenheiro, mas não tinha como manter-se no Rio de Janeiro (na época Capital do Brasil), portanto fez exames para a academia militar, assim como cadete tinha moradia e alimentação.
Seguiu brilhantemente sua carreira chegando ao generalato. Nas primeiras eleições diretas e democráticas, (1945), depois da ditadura getulista, foi eleito presidente da República.
Outro exemplo, bem mais recente foi a de Vicentinho, operário de verdade, líder sindical, que já deputado federal, fez a maturidade entrando para a faculdade de direito e formando-se em advogado.
Mas o atual presidente da República não tem nem cultura nem instrução e ainda se jacta desse triste fato. Isso o está prejudicando, pois com sua mania doentia de fazer discursos acaba dizendo besteiras que lhe tiram a credibilidade. A última foi menosprezar os movimentos de protesto, declarando que os participantes deveriam ser-lhes gratos pois foi ele que enriqueceu os bancos.
Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu perceber,que a manifestação do Maracanã, foi o início das demonstrações de descontentamento da classe média, foi esta que se insurgiu, a que não enriqueceu, nem se beneficiou dos programas assistenciais do governo, mas é a que paga as contas.
Quando em 1789 a classe média revoltou-se contra a aristocracia que há mas de um milênio dominava a Europa, fez a Revolução Francesa, o mesmo aconteceu na Rússia em 1917. (G.S.)
Escreve sobre o assunto Carlos Chagas
“Ontem, primeiro dia de reabertura dos trabalhos do Congresso, só não era de espanto e de perplexidade a reação de deputados e senadores porque, faz muito, já se acostumaram. Acostumaram-se com quê? Com mais outro dos singulares improvisos do presidente Lula, feito na véspera, em Mato Grosso do Sul. Ninguém entendeu a história das duas orelhas que Deus nos deu, uma para escutar aplausos, a outra, vaias.
Pior ficou, porém, para os intérpretes das falas presidenciais, a referência aos banqueiros e empresários que jamais ganharam tanto dinheiro como no seu governo e agora movem campanha contra ele. A primeira parte da afirmação está certa, até confirmando a mudança profunda nas concepções políticas de Lula, porque os ricos estão cada vez mais ricos. A conclusão, porém, carece de verdade. Não são as elites, fora histriônicas exceções, que lançaram a expressão "cansei", para criticar o governo.
É a classe média que se insurge. Aquela que não enriqueceu, como os empresários e os banqueiros, nem beneficiou-se dos programas assistencialistas dedicados às massas. É a que paga as contas e sempre deu sustentação ao poder público. Quando deixou de dar, os resultados foram trágicos.
Se o presidente Lula confunde os dados da equação, será menos por falta de compreensão dos fenômenos sociais, mais por malícia. Pretende excluir a classe média de suas considerações por já tê-la perdido, por isso apresentando à opinião pública um País rachado de alto a baixo por seus extremos, arvorando-se em porta-voz das massas e criticando apenas de boca aqueles a quem presta os maiores serviços. Não é por aí que Lula recupera seu prestígio. Nem através desses esdrúxulos improvisos.”
(*) Ilustração: A Liberdade Guiando o Povo de Eugène Delacroix (1830)
Um que se tornou emblemático foi do cuiabano Eurico Gaspar Dutra, ajudava sua mãe na parca renda doméstica, vendendo pelas ruas balas que ela fazia. Seu desejo era ser engenheiro, mas não tinha como manter-se no Rio de Janeiro (na época Capital do Brasil), portanto fez exames para a academia militar, assim como cadete tinha moradia e alimentação.
Seguiu brilhantemente sua carreira chegando ao generalato. Nas primeiras eleições diretas e democráticas, (1945), depois da ditadura getulista, foi eleito presidente da República.
Outro exemplo, bem mais recente foi a de Vicentinho, operário de verdade, líder sindical, que já deputado federal, fez a maturidade entrando para a faculdade de direito e formando-se em advogado.
Mas o atual presidente da República não tem nem cultura nem instrução e ainda se jacta desse triste fato. Isso o está prejudicando, pois com sua mania doentia de fazer discursos acaba dizendo besteiras que lhe tiram a credibilidade. A última foi menosprezar os movimentos de protesto, declarando que os participantes deveriam ser-lhes gratos pois foi ele que enriqueceu os bancos.
Luiz Inácio Lula da Silva não conseguiu perceber,que a manifestação do Maracanã, foi o início das demonstrações de descontentamento da classe média, foi esta que se insurgiu, a que não enriqueceu, nem se beneficiou dos programas assistenciais do governo, mas é a que paga as contas.
Quando em 1789 a classe média revoltou-se contra a aristocracia que há mas de um milênio dominava a Europa, fez a Revolução Francesa, o mesmo aconteceu na Rússia em 1917. (G.S.)
Escreve sobre o assunto Carlos Chagas
“Ontem, primeiro dia de reabertura dos trabalhos do Congresso, só não era de espanto e de perplexidade a reação de deputados e senadores porque, faz muito, já se acostumaram. Acostumaram-se com quê? Com mais outro dos singulares improvisos do presidente Lula, feito na véspera, em Mato Grosso do Sul. Ninguém entendeu a história das duas orelhas que Deus nos deu, uma para escutar aplausos, a outra, vaias.
Pior ficou, porém, para os intérpretes das falas presidenciais, a referência aos banqueiros e empresários que jamais ganharam tanto dinheiro como no seu governo e agora movem campanha contra ele. A primeira parte da afirmação está certa, até confirmando a mudança profunda nas concepções políticas de Lula, porque os ricos estão cada vez mais ricos. A conclusão, porém, carece de verdade. Não são as elites, fora histriônicas exceções, que lançaram a expressão "cansei", para criticar o governo.
É a classe média que se insurge. Aquela que não enriqueceu, como os empresários e os banqueiros, nem beneficiou-se dos programas assistencialistas dedicados às massas. É a que paga as contas e sempre deu sustentação ao poder público. Quando deixou de dar, os resultados foram trágicos.
Se o presidente Lula confunde os dados da equação, será menos por falta de compreensão dos fenômenos sociais, mais por malícia. Pretende excluir a classe média de suas considerações por já tê-la perdido, por isso apresentando à opinião pública um País rachado de alto a baixo por seus extremos, arvorando-se em porta-voz das massas e criticando apenas de boca aqueles a quem presta os maiores serviços. Não é por aí que Lula recupera seu prestígio. Nem através desses esdrúxulos improvisos.”
(*) Ilustração: A Liberdade Guiando o Povo de Eugène Delacroix (1830)
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