16 de ago. de 2007

ICMS Contra Reformas

Por Plínio Zabeu

Mais uma vez o governo – depois do fim do mensalão – encontra-se às voltas com necessidade de negociar deixando sempre de lado os interesses nacionais e se concentrando no programa “nunca antes visto nesse país”: A permanência no poder.
Estamos assistindo a uma enorme perda de tempo nas casas legislativas. Processos contra o presidente do senado, já deu o que tinha que dar. Só não terminam porque há interesses escusos falando mais alto.
Reformas prometidas e tão necessárias como a política em primeiro lugar, depois a tributária e até a judicial ficam nas gavetas. Se o legislativo aprovasse o fim da CPMF, os parlamentares ficariam sem vantagens para seus currais eleitorais. Se for exigida reforma política (essa coisa vergonhosa que hoje existe precisa ter fim rapidamente) logo aparecem “emendas” doidas, absurdas e tudo vai mesmo continuar assim. Pensou-se até numa convocação de Constituinte extra para reformar a política. Só que não existe entre os políticos brasileiros nenhuma vontade de mudar “isso que está aí”.
Só pra dar um exemplo: Do jeito que as coisas caminham no STF vai prevalecer a lei eleitoral que define o mandato como “propriedade” do Partido e não do parlamentar. Sendo assim, logo muitos perderão suas vantagens e suplentes serão convocados. Para isso os deputados têm uma enorme pressa em aprovar com urgência uma emenda na referida lei, especificando que tal conduta só vai prevalecer quando os atuais mandatos chegarem ao fim. Mas, tem o outro lado: Aprovarão se levarem outras vantagens.
E a indecência continua tranqüila. Tudo poderá ser coroado com um final extremamente infeliz: A anistia ao Zé Dirceu, Genoino, João Paulo entre outros, provocará o retorno deles “nos braços do povo”. Mais votos e prestigio para o partido do presidente.
O mundo, depois de 9 anos de calmaria no setor econômico, ameaça os emergentes ( como o Brasil) com nova crise. Estamos preparados? Sim até certo ponto, graças aos dólares guardados, mas que também têm um fim.
Não crescemos bem neste período graças ao excesso de gastos políticos e escassez de investimentos nos setores necessários, particularmente na infra-estrutura. Gastamos milhões em tapa-buracos visando reeleição. E foi só. Novamente volta a insegurança.
Mas em Minas Gerais, tudo vai muito bem. Derrubaram o veto do governador a uma lei que permite a todos os políticos que roubaram estarem a salvo de penas pois terão também o maldito “foro privilegiado”.
A coisa vai mal
pzabeu@uol.com.br


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