4 de ago. de 2007

Liberou Geral!

Por Giulio Sanmartini

A Comissão de Ética Pública, sob presidência de Marcílio Marques Moreira considerou grosseiros e inoportunos os gestos obscenos feitos pelo assessor presidencial Marco Aurélio Garcia e de seu assessor Bruno Gaspar, de “atendendo” as expectativas do Palácio do Planalto comissão ficou só nas palavras e não propôs punição. Em bom português: “conversa pra criança ir domir com fome”.

Nós somos nós mesmo e a circunstância. Os gestos obscenos dos assessores palacianos, sempre seriam inadmissíveis, mas tornaram-se intolerantes dentro da circunstância em que foram praticados, isto é, numa de demonstração de regozijo ao ser anunciado que talvez o governo não tivesse responsabilidade no acidente aéreo que levou à morte quase 200 pessoas. Além de ambos saberem que o governo tem uma grande dose de culpa no sinistro, o fato de comemorar foi um desrespeito à tragédia que acabara de se abater nos familiares dos mortos. Quer dizer, o que interessava era limpar a barra sugíssima do governo o resto que se danasse.
O precedente que a Comissão de Ética Pública abre é perigosos para os que se dizem autoridades.
Vivemos num país onde os beneficiários do sofrível INSS não podem reclamar, pois encontram nas agências logo que entrar um cartaz anunciando que caso o façam serão detidos por desacato à autoridade. Os que tiverem necessidade de qualquer serviço social, tem que enfrentar enormes filas enquanto funcionários jogam paciência nos computadores; quando atendidos sofrem todo o tipo de grosseria e tem que aturar isso tudo calados.
Agora que o Comissão de Ética Pública decidiu que: "a) Lembrar aos servidores, e sobretudo aos dirigentes públicos, que o momento é de profunda reflexão, sentimento de pesar, e ação eficiente, sem controvérsias estéreis, em respeito aos vitimados pelo trágico acidente aéreo, a seus familiares e à nação; b) Considerar imprópria a conduta do Assessor Marco Aurélio Garcia, que já foi objeto de pedido público de desculpas; c) Reiterar recomendação já exarada para que "as altas autoridades do governo federal, bem como todos os servidores públicos e concessionários de serviços públicos tenham sempre presente que o exercício da função de servir ao público exige, entre outras responsabilidades, motivar o respeito e a confiança do público em geral", o que não comporta atitudes grosseiras.”
Será que essa decisão permite ao cidadão contribuinte, impunemente mandar (com perdão das palavras) uma ministra tomar no furico, ou chamar um primeiro magistrado de filho de um corno?
É só para saber!

Leia a matéria na Tribuna da Imprensa online

Nenhum comentário: