16 de ago. de 2007

O décimo primeiro mandamento

Por Ralph J. Hofmann

Petelhos, petralhas, reinaldos, lulas e outros estão pecando. Estão pecando contra a nossa civilização. Sabemos que no mundo inteiro grassa a corrupção. Tenho absoluta certeza que na mais religiosa das sociedades, entre os povos mais éticos do mundo, em algum lugar há corrupção e desvio de fundos.
As vezes há uma corrupção sutil. Se restringe a aceitar um jantar, entradas para um jogo de futebol, o empréstimo de uma mansão para um fim de semana numa praia cobiçada.
As vezes os desvios de fundos são pequenos. Aumentar a quilometragem apresentada para ressarcimento de despesas, adicionar a diária da esposa ou amante nas despesas de viagem sem explicitá-las.
Mas há uma regra áurea. O que poderíamos chamar de o décimo primeiro mandamento:
NÃO SERÁS PEGO EM FLAGRANTE.
No Brasil esse mandamento aparentemente não cola. A degradação dos poderes foi tanta, tão generalizada, que os mesmos tanto se dedicam a defender sua doce estrutura de demandas sobre a sociedade que estão, a médio prazo, destruindo a estrutura donde, qual planta parasita, estão sugando a vitalidade.
Consideremos a estrutura da economia oculta. A percepção de que o país não recompensa o trabalho árduo e honesto já se sedimentou. Não há por que acreditar nas promessas dos governantes. Cooptações de renda como CPMF demonstram claramente que uma promessa de munir a saúde pública de recursos são palavras ocas. Se o cidadão estiver morrendo e existir uma droga que lhe dê uma chance de sobrevivência vai ter de acionar a justiça para obter essa benesse salvo se este medicamento estiver facilmente disponível. Não interessa que a legislação lhe garanta o medicamento. O sistema não está aí para servir o indivíduo. Não interessa se os recursos do CPMF fartamente garantiriam esses recursos.
No entanto o sistema está aí para ser espoliado para a aquisição de veículos de luxo para os mandarins da república. Está aí para garantir o exercício do poder sem a contrapartida de serviços. E isso é óbvio. Há no Brasil uma glasnost no mau sentido. Há uma enorme estrutura transparentemente corrupta que não encoraja as pessoas a abandonarem a economia paralela. E graças a esta transparência funcionários até escalões bastante baixos podem ser corrompidos para não coibir crimes fazendários. O desrespeito ao décimo primeiro mandamento se alastra até as camadas mais profundas. O exemplo vem de cima. Para que ser diferente?

2 comentários:

tunico disse...

Só uma pergunta que me intrigou: Por que incluir entre pentelhos e petralhas o tal do Reinaldo? Que seria esse? Pelo que sei entre a corja que nos assola, não conheço nenhum Reinaldo. Ralph, poderia me explicar?

Unknown disse...

Comentário feito sobre o artigo SIMPLISMENTE CORAJOSA de Adriana Vandoni Curvo
Não sou petista ou político, mas procuro enxergar as coisas de uma forma em que não julgo aquilo que de uma forma ou outra sou também culpado. Li o seu manifesto, pois recebi de uma amiga, que como você e a maioria dos brasileiros que pensam de maneira burra que a culpa de tudo que acontece é do Presidente. Aonde deveriamos ver que o Congresso é que manda realmente neste país, O Presidente e mera e insignificância figura representativa deste País. Você deveria procurar surgirir alguma coisa de bom e útil para as pessoas fazerem, e não julgar alguém que como nós pensa que sendo Presidente poderia fazer alguma coisa. E na verdade é o que menos pode. Você com tal formação, professora de economia, consultora, especialista em Administração Pública pela FGV/RJ, deveria ser mais inteligente, uma pena, pois eu gostaria de ter sua formação e usá-la de uma forma mais útil para o meu País. Não encentivar as pessoas a serem burras como eu( ou seja você) e não enxergar aonde está o maior erro deste País(CONGRESSO). Acorde e preste atenção em cada linha. Você gostaria que eu dissesse ADRIANA, VÁ SE FODER! É desta forma que você se acha SIMPLISMENTE CORAJOSA, eu acho você SIMPLISMENTE COVARDE, por não saber enxergar nada.

Arlindo Carvalho
Alguém que vê o País não pela política e sim pelo que ele é.