9 de ago. de 2007

O Melhor Negócio no Brasil

Por Giulio Sanmartini

Ter um banco, atualmente no Brasil, é um grande negócio. Para citar um exemplo, esse ano passado, o Banco Itaú teve o melhor desempenho de seus últimos 20 anos.
Mas há um detalhe, ser banqueiro dá trabalho, tem que se montar a firma, ter um bom capital para começar, montar agências, empregar gente e pagar impostos, portanto não é o melhor negócio do país.
O melhor negócio do Brasil, que não requer todo esse trabalho, é sem dúvida a subtração ou desvio, por abuso de confiança, de dinheiro público, para proveito próprio ou alheio, ou seja, abuso da confiança pública. Este crime está previsto no artigo 312 do Código Penal Brasileiro, e tem o nome de peculato (Peculato: Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.).
Provando que é o melhor negócio, está o arquivamento (8/8) no Supremo Tribunal Federal de um dos muitos processos por peculato, que têm Paulo Maluf como réu. Referia-se a uma falcatrua cometida há 11 anos, em 1996.
Maluf era prefeito de São Paulo. Foi acusado, junto com outras pessoas, de pagar sobre-preço nas obras do complexo viário João Jorge Saad, mais conhecido como sistema Ayrton Senna. Foi ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal (STF), quem determinou o arquivamento da Petição. Para saber os motivos clique abaixo.

Notícias do Supremo Tribunal Federal

3 comentários:

Anônimo disse...

Giulio, realmente roubar neste país é mais que um grande negócio, melhor até que vender cocaína. Precisamos tirar a venda desta nossa Justiça e dos juízes também.
Agora, Maluf não vai preso porque não roubou manteiga e não deixou de pagar pensão alimentícia, do resto tudo pode.

tunico disse...

Giulio, não é só esse o melhor negócio no Brasil. É um dos mais rentáveis, embora Maluf tenha gasto os tubos com advogados para chegar onde chegou,mas no final a margem de lucro deve ter sido muito alta, talvez até mais alta do que a dos bancos. Mas o Brasil tem outras atividades muito rentáveis como por exemplo:
-Contador de mentiras. Tem muita gente que de mentira em mentira chegou a Presidente da República,Presidente de Senado, Presidente da Câmara, como por exemplo o atual Nosso guia. O que prova que um pobretão pode chegar ao supremo posto do país desde que seja um grande mentiroso.
- Intermediação de negócios publicos utilizando-se de cargos de confiança. É uma variante da malufada mas é mais rentável pois atua fora dos holofotes da imprensa. Para que você aí na Itália tenha idéia, chefes de gabinete de ministros,secretários, pedem 30% de jabá para facilitar um negócio(saudades do tempo do Ademar onde a taxa era de 2%). Dizem que vão dividir com a curriola mas na realidade, uma vez concretizado o "negócio" ficam com a parte do leão, normalmente a metade e se o ministro ou secretário estiver no rolo, racham o butim.Se não estiver, melhor para eles.
-Presidente ou membro de comissão de licitação da Infraero, DNIT, Petrobrás,e outras estatais ou autarquias de porte.Um grande negácio, sem risco, pois o jabá vem embutido no preço do concorrente que já se encarregou de combinar com os outros concorrentes o resultado, mediante uma compensação a eles, também embutida no preço.
- Ministro,Diretor de instituição financeira pública ou detentor de alto cargo na administração da economia do país - Exige estágio de pelo menos um ano, para aprender as mutretas. Depois, é só sair e montar uma financeira,ou virar alto executivo de instituição financeira privada.Tem só um problema.Precisa cumprir expediente ou seja trabalhar, mas é atividade de alta rentabilidade.
-Auditor-chefe da Super-Receita, da Fazenda Estadual, encarregado de auditar grandes empresas e corporações. Eu sei de alguns que com salário de 7 mil reais, possuem fazendas, mansões, carrões importados, viajam duas vezes por ano para o exterior em férias.
Como se vê , todas essas atividades altamente rentáveis envolvem funções exclusivamente públicas e independem de qualidade de gestão.Na vida privada, mesmo os bancos apesar da alta rentabilidade, correm riscos de quebrar por má gestão.

ma gu disse...

Alô, Giulio

Tunico esqueceu-se de um item.

Ser chefe de Casa Civil, identificar os ralos e, na saída, transformar-se em Consultor muito bem pago.
Ganha-se em lados: Antes e Depois.

Temos um exemplo bem recente...

Quanto ao Ronaldo/S.Carlos, concordo com ele mas, sem querer ser defensor do ministro Eros, temos é que mudar as leis. Neste caso, o ministro limitou-se a aplicar a lei existente.