25 de set. de 2007

A Casa das Impunidades

Por Giulio Sanmartini

O Senado, em sua existência quase bicentenária. sempre se distinguiu por não punir seus pares. Houve um caso emblemático acontecido em 1963. O senador Arnon de Mello (UDN-AL), pai de Fernando Collor, em pleno senado trocou tiros com o senador Silvestre Péricles de Góis Monteiro, o resultado foi trágico, finda a bravata estava morto com o corpo estendido no chão, o senador José Khairallah (PSD-AC), que nada tinha a ver com o assunto, como se diria hoje, foi atingido por uma bala perdida.
Em seção secreta, por 40 votos a 4, os dois criminosos nem tiveram aberto processo.
Por quebra de decoro parlamentar só um foi cassado em 2000, com perda dos direitos políticos, Luiz Estevão (PMDB-DF), num processo que causou muita confusão, onde até seu principal opositor Luiz Carlos Magalhães (OFL-BA) teve que renunciar para não perder ele também os direitos políticos.
Mesmo sendo contra qualquer ditadura, não importando seja de direita ou esquerda, me vejo obrigado a citar fato abaixo:
Em 1975, o espírito corporativo do Senado voltou a se manifestar, dessa vez misturado com o protesto contra a vigência do Ato Institucional nº 5. No dia 29 de junho daquele ano, o senador Wilson Campos (Arena-PE) escapou da cassação por 28 votos contra 21. Campos era acusado de intermediar empréstimos para empresários no Bandepe (Banco do Estado de Pernambuco), recebendo 1% de comissão. A absolvição de Campos foi possível pelo apoio que recebeu do MDB. "Eu votei contra a cassação, porque me sentia ameaçado de ser cassado pelo AI-5 o tempo todo, então preferi que o próprio presidente Ernesto Geisel eliminasse o mandato de Campos", justificou-se atualmente Saturnino Braga.
Wilson Campos foi cassado pelo AI-5 dois dias depois de absolvido pelos colegas. Quem o cassou foi o presidente Geisel, vivendo um dos raros momentos de aplauso nacional, ele uma pessoa austera, sem simpatia pessoal com um governo sem resultados positivos.
Muito mais de safadezas fez Renan Calheiros e, não resta a menor dúvida de que a opinião pública, em todos os segmentos da população, não aceita a presença do senador alagoano na mais alta expressiva casa do Legislativo brasileiro. Mas este se faz de desentendido e mudou a tática conforme relata Carlos Chagas: “Decidiu o senador Renan Calheiros passar da defesa ao ataque, através de entrevistas, declarações e artigos assinados na imprensa, neste fim de semana. Ele não apenas celebra a vitória obtida no Senado pela preservação de seu mandato, mas, em especial, alinha propostas a respeito de metas e reformas políticas a alcançar. Sua primeira preocupação está sendo rebater a esdrúxula proposta levantada pelo PT, pela extinção do Senado.”
O Brasil só espera que ele não tenha pretensões de chegar à presidência da República, mesmo que em semvergonhices a piora não seja de monta.

Um comentário:

Anônimo disse...

O que realmente é preciso fazer naquela casa, é uma limpeza modelo 1964.