22 de set. de 2007

Crime contra a História

O jornalista Ali Kamel (foto, em O Globo de 18/9 denunciou a péssima qualidade, tanto da forma como do conteúdo, e o viés ideológico (para não chamar de lavagem cerebral) do livro Nova História Crítica, 8ª série, de Mário Schmidt, distribuído gratuitamente pelo Ministério da Educação (MEC) a 750 mil alunos da rede pública.
A versão distorcida do “historiador” desconhece a historiografia contemporânea, que registra os milhões de assassinados pelos comunistas chineses liderados por Mao Tsé-tung, descrito como “grande estadista”, que “amou inúmeras mulheres e foi por elas correspondido”. A brutalidade vergonhosa do paredón e os maus tratos a que são submetidos até hoje dissidentes nas prisões do regime comunista em Cuba são negligenciados e substituídos por uma visão edulcorada da ditadura de Fidel Castro: “A reforma agrária, o confisco dos bens de empresas norte-americanas e o fuzilamento de torturadores do exército de Fulgêncio Batista tiveram inegável apoio popular.”
Com relação à história do Brasil começa cometendo barbaridade de classificar a princesa Isabel como “feia como a peste e estúpida como uma leguminosa”.
O Ministério da Educação (MEC) só tomou conhecimento desse fato através do artigo mencionado, mas o ministro da Educação Fernando Haddad partiu para um justificativa falsa, equivocada e mofina: “o MEC não pode adotar postura de censor”. querendo confundir de forma criminosa
a correção de erros historiográficos, com negação de conhecimento da verdade.
Na União Soviética de Lênin e de Stalin, era habito fazer os verbetes da enciclopédia soviética atropelando a verdade, é o que parece estar acontecendo no MEC. (G.S.)

Leia a matéria no Jornal da Tarde online

2 comentários:

Anônimo disse...

O modus operandi "TESTANDO HIPÓTESES" fez mais uma vítima: Giulio Sanmartini.
Permito usar um ctrl C + Ctrl V do Nassif, que elucida bem o caso descrito no post.

Escreveu o Luís Nassif:

"O caso do livro no índex

Coluna Econômica - 21/09/2007

A guerra ideológica continua produzindo uma vítima recorrente: a notícia. Digo isso a propósito do artigo de Ali Kamel em “O Globo”, reproduzido no “Estadão”, desancando o livro “Nova História Crítica, 8ª série” – acusado por ele de doutrinação comunista - , e denunciando o MEC (Ministério da Educação) de distribuí-lo gratuitamente.

A denúncia repercutiu na imprensa mundial, de “El Pais”, na Espanha, ao “Miami Herald”, nos Estados Unidos.

Na verdade o livro foi adotado pelo MEC em 2002, gestão Fernando Henrique Cardoso, e deixou de ser adotado em abril deste ano, gestão Luiz Ignácio Lula da Silva. E Kamel sabia disso.

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Nem a indicação foi culpa de FHC (se é que se pode falar em culpa), nem a desclassificação foi obra de Lula.

Kamel sabia que o processo de seleção de livros, pelo MEC, virou uma política de estado, ainda na gestão FHC, e não houve nenhuma modificação que sinalizasse para sua politização.

O sistema de seleção criado virou padrão para muitos países. O papel do MEC é definir um conjunto de universidades que sejam centros de excelência. Depois, cada qual indica professores para analisar as obras. O MEC avalia apenas se há conflito de interesses, se o professor eventualmente tem ligação com alguma editora.

Em seguida, todos são chamados a Brasília e lhes são entregues os livros sem identificação de editora ou autor. As obras recomendadas entram em uma lista do MEC e são apresentadas às escolas, para escolha dos professores.

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Antes, havia um problema. Grandes editoras faziam um trabalho de marketing, enviando vendedores para convencer os professores. O MEC corrigiu o que considerava uma distorção. Passou a editar um Guia de Leitura e a remeter para as escolas.

E os professores passaram a fazer escolhas pela Internet. Esse modelo reduziu o poder de fogo das grandes editoras, gerou muita pressão, mas abriu a possibilidades para pequenas e médias editoras entrarem no mercado.

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O livro em questão entrou para a lista em 2002, devido à avaliação positiva de um professor da UNESP (Universidade Estadual Júlio de Mesquita Neto), ainda na gestão Paulo Renato de Souza.

Quem retirou de pauta, na última avaliação, em abril passado, foi a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pois os novos avaliadores entenderam que as ressalvas eram fortes demais para que permanecessem. Nem o MEC interferiu no primeiro movimento, nem interferiu no segundo.

A única mudança que fez foi ampliar o número de universidades de quatro para oito. O livro acabou vetado por um avaliador de uma nova universidade incluída na seleção.

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Repito, Kamel sabia disso. Mais. Na seleção de trechos que colocou, do livro, menciona o que considera loas aos regimes comunistas. Mas deixou de fora trechos do livro em que há críticas explícitas ao marxismo, a Stalin e a Mao.
Pior: homem que domina as estatísticas, deixou as ferramentas de lado na hora de analisar as obras colocadas à disposição dos professores. Existem 400 livros didáticos apenas na 4ª e 5ª séries. Não se valeu sequer de amostragem estatística, como, por exemplo, avaliar 20 livros e constatar problemas em parte deles."

ma gu disse...

Alô, Giulio

Achei importante Ampaix trazer mais luzes ao comentário. Nós não conseguimos ler a maior parte do que se encontra na imprensa.
Neste caso, parece ter ocorrido o que sempre ocorre com a Vênus Platinada.
A edição, com interêsses específicos.
Eu apenas tenho tempo para um blog. Escolhi este, pela variedade de comentaristas, o que permite ver uma gama maior de opiniões. Mas dependemos também dos leitores que postam suas opiniões.
Agradeço ao Ampaix ter comentado duas das minhas manifestações.