Era noite de culto. A Igreja estava mais lotada que de costume. Dezenas de ventiladores ajudavam os diversos aparelhos de ar-condicionado. O Pastor fundador da Igreja fazia sua emocionada, segura e contundente pregação. Sentado na primeira fila estava o seu amigo, deputado federal Agamenon, o mais ilustre dos fiéis. A primeira fila era reservada às autoridades da Igreja, à família do Pastor fundador e, claro, sempre havia aquelas cadeiras reservadas ao deputado e sua esposa. Mesmo quando estes não compareciam, elas ficavam reservadas. Ninguém ousava sentar no lugar.
O deputado Agamenon era um político antigo, nascido no Nordeste, se mudou para Minas assim que se casou, e foi lá, depois que entrou para a Igreja, que resolveu iniciar sua muito bem sucedida carreira política. A Igreja era sua fé e também a sua base política e, por isso, trabalhava principalmente para ela na Câmara Federal. Sempre que podia voltava para o seu Nordeste, sua terra natal, mas apenas a passeio.
Naquela noite de culto especial, ele e sua esposa não poderiam faltar, era aniversário de vinte anos da fundação da Igreja. Estavam lá sentados na primeira fileira, ao lado da nova esposa do Pastor fundador, uma mulher bem mais nova que o marido, recatada e religiosa. Bondosa, tinha cativado todos os fiéis e também os que resistiram no começo do seu relacionamento com o Pastor. Sua generosidade tinha dissipado todas as impressões negativas.
Naquela noite parecia que alguma coisa a estava deixando angustiada. Mexia-se em sua cadeira mais que o normal. Enrolava suas loiras madeixas como se algo estivesse prestes a acontecer. A esposa do deputado, percebendo a sua inquietação, comentou com o marido. Mas ele disse:
- Ela deve estar preocupada com o culto. Quer que tudo dê certo, afinal, foi ela quem organizou o evento.
Quando enfim o Pastor fundador terminou sua mais longa pregação, e já estava prestes a dispensar os fiéis, eis que a sua esposa se levanta e diz:
- Um momento Pastor, eu queria um minuto da atenção dos fiéis.
O marido surpreso passou então a palavra à sua bela e solidária esposa e foi se sentar lá na primeira fileira ao lado do seu amigo de sempre, deputado Agamenon, esperando pela emocionante homenagem que certamente sua esposa lhe faria.
E ela começou a sua fala:
- Amigos fiéis, meu amado marido e Pastor, meus amigos aqui presentes, eu preciso falar. Não posso mais guardar dentro de mim o que está quase a me sufocar.
Nessa hora as lágrimas já rolavam pelo seu rosto, mesmo assim ela seguiu em frente:
- Poucos sabem, mas eu era uma pessoa de pouca fé até que encontrei o amor e a compreensão da nossa Igreja. Procurei sempre retribuir este amor e esta compreensão sendo dedicada a cada um dos amigos fiéis. Mas eu pequei e não posso mais conviver com essa culpa que me dilacera o coração. Perdão marido, perdão amigos fiéis, mas eu caí na tentação da carne e me dei ao irmão deputado Agamenon.
Um súbito silêncio seguido de um abafado burburinho tomou conta do enorme templo. A esposa do Pastor chorava e gritava no microfone:
- Perdão irmãos. Perdão meu amado marido e Pastor.
O deputado Agamenon, por uns instantes ficou atônito, até que caiu em si e escafedeu-se levando consigo a esposa, fula da vida, que o batia com sua bolsa pelo caminho até que entraram no carro e sumiram na poeira.
O deputado estava chocado, claro, tinha acabado de perder seu reduto eleitoral e era essa sua maior preocupação. Com a esposa ele contornara a situação antes mesmo de chegarem em casa, mas e a política?
Foi então que ele traçou uma arriscada, mas única, saída. Iria se valer do seu estado de origem. O deputado estava na metade do seu mandato. Ele mudou seu domicílio eleitoral para sua terra natal, conversou com um amigo Pastor de uma outra Igreja, até então bem pequena, e dois anos depois se reelegeu deputado federal, agora pela sua terra natal.
Por mais que a história pareça mais um dos meus causos, ela é verídica, e juro, nem com toda a minha imaginação eu conseguiria tramar isso. Óbvio que o nome do deputado foi mudado, mas chega perto.
E a esposa do Pastor? Aiiii que raiiiiiva! Essa parte da história não me contaram.
O deputado Agamenon era um político antigo, nascido no Nordeste, se mudou para Minas assim que se casou, e foi lá, depois que entrou para a Igreja, que resolveu iniciar sua muito bem sucedida carreira política. A Igreja era sua fé e também a sua base política e, por isso, trabalhava principalmente para ela na Câmara Federal. Sempre que podia voltava para o seu Nordeste, sua terra natal, mas apenas a passeio.
Naquela noite de culto especial, ele e sua esposa não poderiam faltar, era aniversário de vinte anos da fundação da Igreja. Estavam lá sentados na primeira fileira, ao lado da nova esposa do Pastor fundador, uma mulher bem mais nova que o marido, recatada e religiosa. Bondosa, tinha cativado todos os fiéis e também os que resistiram no começo do seu relacionamento com o Pastor. Sua generosidade tinha dissipado todas as impressões negativas.
Naquela noite parecia que alguma coisa a estava deixando angustiada. Mexia-se em sua cadeira mais que o normal. Enrolava suas loiras madeixas como se algo estivesse prestes a acontecer. A esposa do deputado, percebendo a sua inquietação, comentou com o marido. Mas ele disse:
- Ela deve estar preocupada com o culto. Quer que tudo dê certo, afinal, foi ela quem organizou o evento.
Quando enfim o Pastor fundador terminou sua mais longa pregação, e já estava prestes a dispensar os fiéis, eis que a sua esposa se levanta e diz:
- Um momento Pastor, eu queria um minuto da atenção dos fiéis.
O marido surpreso passou então a palavra à sua bela e solidária esposa e foi se sentar lá na primeira fileira ao lado do seu amigo de sempre, deputado Agamenon, esperando pela emocionante homenagem que certamente sua esposa lhe faria.
E ela começou a sua fala:
- Amigos fiéis, meu amado marido e Pastor, meus amigos aqui presentes, eu preciso falar. Não posso mais guardar dentro de mim o que está quase a me sufocar.
Nessa hora as lágrimas já rolavam pelo seu rosto, mesmo assim ela seguiu em frente:
- Poucos sabem, mas eu era uma pessoa de pouca fé até que encontrei o amor e a compreensão da nossa Igreja. Procurei sempre retribuir este amor e esta compreensão sendo dedicada a cada um dos amigos fiéis. Mas eu pequei e não posso mais conviver com essa culpa que me dilacera o coração. Perdão marido, perdão amigos fiéis, mas eu caí na tentação da carne e me dei ao irmão deputado Agamenon.
Um súbito silêncio seguido de um abafado burburinho tomou conta do enorme templo. A esposa do Pastor chorava e gritava no microfone:
- Perdão irmãos. Perdão meu amado marido e Pastor.
O deputado Agamenon, por uns instantes ficou atônito, até que caiu em si e escafedeu-se levando consigo a esposa, fula da vida, que o batia com sua bolsa pelo caminho até que entraram no carro e sumiram na poeira.
O deputado estava chocado, claro, tinha acabado de perder seu reduto eleitoral e era essa sua maior preocupação. Com a esposa ele contornara a situação antes mesmo de chegarem em casa, mas e a política?
Foi então que ele traçou uma arriscada, mas única, saída. Iria se valer do seu estado de origem. O deputado estava na metade do seu mandato. Ele mudou seu domicílio eleitoral para sua terra natal, conversou com um amigo Pastor de uma outra Igreja, até então bem pequena, e dois anos depois se reelegeu deputado federal, agora pela sua terra natal.
Por mais que a história pareça mais um dos meus causos, ela é verídica, e juro, nem com toda a minha imaginação eu conseguiria tramar isso. Óbvio que o nome do deputado foi mudado, mas chega perto.
E a esposa do Pastor? Aiiii que raiiiiiva! Essa parte da história não me contaram.
Um comentário:
À Adriana, e demais comentaristas do blog.
http://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1
"Reaja também clicando e colocando seu nome na relação dentro dos comentários”.
Já somos 83 brasileiros patriotas!
P.S.: Dedicado em integral apoio à toda a sociedade, homens e mulheres, composta por civis e militares, da ativa e da reserva, que repudiaram, com veemência e absoluto rigor, as palavras desproporcionais e de afronta feitas pelo ministro da Defesa, Nélson Motim.
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