A Ditadura do Exeutivo

Por Laurence Bittencourt Leite

Uma das coisas mais inúteis, me parece, na política brasileira, é se votar em vereador, deputado estadual, deputado federal e senador. Para que, se eles não estão a serviço da sociedade e sim a serviço do executivo. No Brasil os políticos costumam comprar os votos dos miseráveis e vender seus votos ao executivo depois de eleitos. É nossa sina. Não temos vocação para os três poderes, como de resto falta vocação para a democracia.
Consequentemente para oposição. Quem manda nesse país é o executivo. Solamente. Pode-se chamar a isso de democracia?
Ao comprar os votos do legislativo em qualquer esfera, com ofertas de cargos, dinheiro, o executivo, independente de qual partido esteja à frente do governo, prova não só a força do dinheiro (dinheiro do povo, bem entendido), como de resto a força ditatorial do executivo, ainda que quase todos os políticos venham a criticar o dinheiro.
Se o desejo de aprovação pelo governo no Congresso Nacional, da CPFM não for vitorioso, poderíamos ai sim se falar em revolução nesse país. Só que não há. E não há por uma questão ainda mais grave e que impede o legislativo de votar de forma independente: porque com a aprovação de impostos, os únicos beneficiados são os próprios políticos, para ter dinheiro para “suas” emendas, e para aumentar a máquina publica que não serve para nada. Logo, o povo brasileiro que se lixe. O Congresso brasileiro, claro, não é um Congresso e sim um cartel a serviço dos seus próprios interesses.
Como falar em democracia se apenas um poder manda? A nossa “democracia” é um genérico de ditadura. Ou se quiserem, um totalitarismo disfarçado. Como quem dita as normas é o executivo (comprando votos dos políticos, influindo para libertar ladrões) jamais poderemos falar em democracia.

O incrível é que na América Latina quando as coisas chegam a um nível tal de desorganização e confusão, aparecem os salvadores da pátria como Hugo Chaves. O que precisamos é de transparência, de democracia, com o voto dos políticos sendo aberto e não como hoje, onde o senado mais parece uma reunião de mafiosos fazendo uso do voto secreto. O voto secreto do eleitor (voto que não deveria ser mais obrigatório) é para proteger o eleitor. Já o voto secreto do político é para proteger a corrupção.
De fato a nossa estrutura política, toda ela é voltada para apoiar a corrupção e para destruir a iniciativa privada. A questão é que se destruirmos a iniciativa privada (como na ex-Uniao Soviética) quem irá sustentar a máquina “eficiente” do serviço público? Esse mesmo caminho segue o mesmo padrão contraditório, quando vemos pessoas que não entendem lhufas do mundo real ou de economia passar a defender a destruição dos EUA, que há séculos sustentam o mundo economicamente. Basta dizer que os EUA têm um déficit enorme na balança comercial, porque compram mais ao mundo do que vendem. E ainda falamos mal deles. O que importa para os americanos é o seu consumidor interno. Eles estão preocupados é com o seu povo.
Aqui fazemos o inverso. Odiamos a entrada de produtos externos e investidores externos. Somos todos nacionalistas, sem resolvermos nada. Ora, os americanos foram invadidos por empresas de carro japonês (estou citando um exemplo), causando prejuízos na Crysler entre outras, e nem por isso houve boicote aos japoneses. A preocupação dos americanos é com o mercado interno.
No Brasil o que importa é conseguirmos um saldo “invejável” na balança comercial, para fazer marketing nas campanhas políticas, ao mesmo tempo em que o mercado interno continua na miséria. Enquanto isso para os políticos nada falta: saúde, educação e segurança pessoal. Nosso pensamento sempre foi voltado para a exportação e para a politicagem. E mesmo criticando o capitalismo e o empresário, ao só levarmos em conta as exportações, terminamos na prática favorecendo apenas os empresários e por tabela os políticos. Já viram que tamanha contradição! Sem falar que somos o país dos desperdícios e da falta de planejamento.
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