15 de set. de 2007

Enfiando as Mãos Sem Miséria.

Por Giulio Sanmartini

A filósofa (de borra) Marilena Chaui (foto), por não conseguir mais sustentar sua tese de que o “mensalão” não existiu, declarou:
"Nenhum governante governa sem fazer alianças e negociações com outros partidos. Essa negociação tende à corrupção. Essa compra e venda ocorreu sistematicamente nos governos José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, sem que os meios se manifestassem sobre o assunto".
Não se sabe se por insanidade ou má fé ele continuou confundindo “Pênis com equinócio”. Quis esquecer que um erro não justifica outro, de pois mentiu pois nenhum dos três presidentes anteriores ao mofino Lula, foi tão paparicados pela imprensa como este, além do mais, a mídia não deixou nada barato para aqueles três. Esquece que a imprensa foi básica no pedido de impedimento que resultou na renúncia de Collor.
Finalmente justificou o princípio sórdido de Paulo Betti, que não se faz política sem botar a mão na merda e “nunca na história desse país alguém as enfiou (ambas) com tamanha proficiência, quanto presidente Luiz Inácio Lula da Silva”.

4 comentários:

Anônimo disse...

Deve ser um espanto para um socialista encontrar um homem decente e honesto que abomine essa ideologia.O socialista tem a convicção que representa no planeta a virtude. E se os companheiros se envolvem na lama, o fazem com a repelência natural dos justos. É um sacrifício, uma entrega santificada para o projeto que virá. A Terra Santa. Assim, a bala que sai de uma arma assassina precisa ser analisada. Se ela é de um companheiro, então é uma bala santificada, mas se é de um réles burguês, então o caso é caracterizado de crime. Não há como imputar às ações dos companheiros pecado ou crime. Essa convivência desgastante com o burguês será passageira, um mal necessário. Dias virão onde a paz, a justiça, a democracia plena, a inclusão, a cidadania serão sólidas como aço. Companheiros não cometem crimes, mas erros, equívocos que deverão ser evidentemente perdoados, pois sua origem é sempre o bem maior que virá. Não há como julgar, pois, o companheiro. São os anjos que se sacrificam nessa infeliz convivência com essa desprezível classe de, por ora, privilegiados. Se duvidam, leiam o artigo de Frei Beto discorrendo sobre as fases da lua. Sua indignação está localizada no timing. Alguns percalços no caminho o fazem desesperar-se. Mas deixa bem claro que não há nenhum erro nos seus diagnósticos sobre a existência humana.
Chaui apenas acrescenta um temperinnho nesse refogado.

Anônimo disse...

Frei Betto

Muito cedo gravou-se em mim o sentimento do mundo. Meus olhos, dilatados pela fé, polidos pelo pós-hegelianismo de Marx, enxergaram a pirâmide social invertida. Consumiu-se minha juventude na embriaguez da utopia. Dela comungavam tantos companheiros e companheiras movidos pelo ardente desejo de morder a lua.

Épico o nosso sonho de remover as travas da desvida. Singular aquela estóica dedicação, despojada de toda ambição pessoal, disposta a reinventar o mundo. Tínhamos a ousadia de romper parâmetros, despidos de moralismos e sensíveis à morte e vida Severina.

Lutávamos atentos aos clamores da Revolução de Outubro, à Longa Marcha de Mao ao cruzar as pontes de nossos corações, aos barbudos de Sierra Maestra que arrancavam baforadas de nosso alento juvenil, à vitória vietnamita selando-nos a certeza de que arrebataríamos o futuro. A lua seria o nosso troféu. Haveríamos de escalar suas montanhas e, lá em cima, desfraldar as bandeiras da socialização compulsória.

Os condenados da Terra arranchavam-se sob o caravansará de nossos ideais e, em breve, saberíamos conduzi-los aos mananciais onde correm leite e mel...

Caiu a noite, a lua se apagou, a nação, pisada pelas botas, abortou primícias e promessas. Trocamos a sala de aula pelo combate destemido, a caneta pelas armas, a garganta a ruminar convicta: “Venceremos!”

O terror do Leviatã se abateu sobre nós, os gritos de dor ecoaram das masmorras, vidas preciosas ceifadas no carrossel das sevícias, corpos despedaçados e desaparecidos nos labirintos do arbítrio. Ainda assim, a lua não sangrou.

Rumo à aurora, demos as mãos à multidão peregrina imbuída da devoção democrática. Nas periferias, o sorriso se abria, a consciência despertava, a mobilização florescia. Até que brilharam os raios fúlgidos e o esplendor da lua iluminou-nos a esperança.

Na oficina dos sonhos, forjamos ferramentas apropriadas ao parto do novo Brasil. A luta sindical consubstanciou-se em projeto partidário, a crença pastoral multiplicou-se em células comunitárias, os movimentos sociais emergiram como atores no palco dominado pelas sinistras máscaras dos que jamais conjugaram o verbo partilhar. Cuba, Nicarágua, El Salvador... o olhar impávido do Che... a irredutível teimosia de Gandhi... a sede de justiça dessedentada nas fontes límpidas da ética. Jamais seríamos como eles.

Em tempos de chuva, a água sobe rápido e inunda ruas, casas, cidades. Cegos pela miragem, não percebemos o lento e imbatível sopro do vento. A areia fétida, acumulada à soleira da porta, dia após dia subia mais um palmo. Galgamos degraus investidos de mandato popular, fomos entronizados na cozinha de Maquiavel, havia chegado a hora de quem tanto esperou acontecer. Intrépidos, alguns de nós decidiram cavalgar soberbos, convencidos de que o caminho mais curto entre sonho e realidade passa pelo mágico som do tilintar das moedas.

Por que não se aventurar pelas mesmas sendas trilhadas pelo inimigo, já que ele se perpetua com tanta força? Qual o segredo dos cabelos de Sansão? Os pobres caíram no olvido, a sedução do poder fez a lua arder em chamas. Ícaros impenitentes, não se deram conta de que as asas eram de barro.

A sofreguidão esvaziou projetos, a gula cobiçosa devorou quimeras. O pragmatismo acelerou a epifania dos avatares do poder. O conluio enlaçou históricos oponentes, adversários coligaram-se, e aliados foram defenestrados nessa massa informe que, destemperada de ética, alicerça o Leviatã.

Ainda assim, há quem, sob a lua apagada, não tema perseguir pontos de luz na escuridão. Por alguma parte trafega a lanterna de Diógenes. Triste, contudo, ver antigos companheiros na condição de réus de tramóias eleitoreiras e financeiras.

Hoje, a história, estuprada pelo neoliberalismo, engravida-se de sonhos medíocres. A utopia escorre pelo ralo. A lua míngua, a estrela já não refulge.

Dói em mim tanto desacerto. Os sonhos de uma geração trocados por um prato de lentilha. Aguardo, agora, a lua nova.

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Como diria uma personagem conhecida de comédia de televisão:
"Gentes, este blog está ficando deveras instrutivo..."

Mas, meu caro, não posso concordar em você atribuir tão novel epíteto (mesmo de borra) a tão soturna e infeliz personagem.

Filósofo só merece esse nome quando consegue fazer análises isentas, sem pender para o lado que lhe interessa, para se atribuir importância que não tem. Eu prefiro chamá-la de 'atrabiliária".

E o anônimo (novamente, que pena) inspirado, em seu lúcido comentário, posta um cometimento do frei dominicano, com aparência de 'mea culpa', que termina dizendo que está esperando a lua nova.

Não precisa esperar mais. Já estamos vivendo um período ainda mais negro que o anterior, este sim de escuridão, que durará mais 3 anos e 3 meses, com grande chance de perdurar ainda mais, onde apenas as famílias dos esquerdistas caídos merecem por a mão no nosso suado dinheiro, resultado de sanha tributária de um governo vêsgo, e onde as famílias de agentes e civis caídos, do outro lado, não merecerem nenhum reconhecimento nem suporte.

Esta é a DEMOCRACIA do PT e seus aliados.

QUOUSQUE TANDEM ABUTERE, LUIZ CATILINA, PATIENTIA NOSTRA?
(Até quando, Luiz Catilina, abusarás da nossa paciência?)

Anônimo disse...

Realmente nunca antes nessepaiz um presidente e seu partido estiveram tão ligados com a merda como o pt, o lula e sua "base aliada".

Aliás, o DNA de uma e de outros certamente correspondem, não em 99,999%, mas em 100%!