4 de out. de 2007

Agressões Diárias

A decisão do presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha, do PMDB do Tocantins, de designar o mais sabujo dos renanzistas, o sergipano Almeida Lima, do mesmo partido, relator dos dois processos mais substanciais contra o presidente da Casa, Renan Calheiros, num desabafo amargurado, foi considerada pelo senador Cristovam Buarque - PDT-DF (foto) como “um tapa na cara da opinião pública.”
Ante o escândalo que foi a escolha de Lima - seguido da não menos acintosa chicana de empurrar o desfecho das ações para perto do Dia de São Nunca -, a gente chega a esquecer da indignação que provocou a absolvição do político alagoano na sessão plenária secreta que julgou o espetaculoso caso do lobista que pagava a ex-amante do senador, a qual com ele divide o espaço no noticiário, como a pin-up do mês.
O segundo processo, outro que se arrasta indefinidamente, deverá morrer no Conselho. Trata da acusação de que o senador teria praticado tráfico de influência em favor da Schincariol junto à Receita Federal e ao INSS, depois de a empresa pagar R$ 27 milhões por uma fábrica de refrigerantes do seu irmão Olavo, deputado federal. O relator da denúncia, o petista João Pedro, do Amazonas, que deveria ler seu relatório anteontem, agora diz aguardar “algumas informações solicitadas” para redigir o seu parecer em novembro. O mais provável é o arquivamento do caso.
E assim a um tapa vão se sucedendo outros num sem parar, num terminar não se sabe quando. O senadores tem a certeza que a opinião pública continuará sempre inerme a cada agressão.
É esperar para ver.

Leia a matéria em O Estado de São Paulo

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