
Agora o epicentro do cismo atingiu o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
O BNDES é uma empresa pública federal, criada a 20 de junho de 1952, que tem como objetivo apoiar emprendimentos que visem o desenvolvimento nacional. Sempre foi uma entidade que se distinguiu por sua seriedade e pelo número de intelectuais que passaram por seus quadros.
A Operação Santa Tereza da Polícia Federal, mostra o quanto o Banco foi atingido pelo peculato incomensurável e desregrado que se implantou no Brasil.
Vive-se numa nação com um permanente terremoto. Este por onde passa deixa somente destruição e escombros, tendo por nome Luiz Inácio Lula da Silva. (Giulio Sanmartini)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vive sua pior crise, duramente atingido pela Operação Santa Tereza, desfechada pela Polícia Federal. Em relação ao banco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou bem, ao nomear o economista Carlos Lessa.(foto) Sua gestão, que durou quase dois anos, conseguiu implantar as bases para retomada do desenvolvimento econômico.

Uma das decisões mais acertadas foi eliminar a interferência bancária em financiamentos acima de R$ 10 milhões, que passaram a ser concedidos diretamente pelo BNDES. Á época, Lessa explicou que jamais pagaria comissão a um banco comercial por emprestar dinheiro a Petrobras, por exemplo. "Para nós, basta atravessar a passarela da Av. Chile", ironizava. E o BNDES passou a economizar 4% em todas as operações de grande porte. Por divergências com o então ministro Antonio Palocci, Lessa acabou demitido em novembro de 2004. Quando soube quem o substituiria, fez uma declaração premonitória, dizendo que "Mantega não é um brasileiro com B maiúsculo". Acertou em cheio.
Mantega seguiu o projeto implantado por Lessa, mas não resistiu aos banqueiros. Sem alarde (na "encolha", como dizem os mineiros), generosamente voltou a permitir que faturassem intermediação nas operações do BNDES com as grandes empresas, inclusive multinacionais.
Com esse currículo de bons serviços prestados aos banqueiros, o brasileiro com "b minúsculo acabou assumindo a Fazenda. Agora, a Polícia Federal pega em cheio as gestões de Mantega, do sucessor Demian Fiocca e do atual presidente Luciano Coutinho, que têm muita coisa em comum.
No desespero, Luciano Coutinho tenta justificar as operações denunciadas pela Polícia Federal. Na semana passada, mandou até distribuir nota oficial destacando que uma auditoria interna do BNDES havia concluído que nada existe de irregular nas operações investigadas pela PF.
Não satisfeito, Coutinho também mandou divulgar uma nota à imprensa para propagar que a Polícia Federal "informou ao BNDES que não há nenhum indício de envolvimento de funcionários do banco no esquema investigado pela Operação Santa Tereza".
Como assim? A PF jamais poderia ter informado que "não há indício de envolvimento de funcionários do banco". Seria como afirmar que as operações irregulares foram aprovadas sozinhas, sem análise do corpo técnico e sem assinatura de nenhum gerente, chefe de departamento ou diretor.
É ilusão achar que a Polícia Federal será ludibriada por esse tipo de nota oficial. Parodiando Shakespeare, podemos afirmar que há algo de podre, muito podre, no BNDES, e a grande imprensa está errando muito na cobertura do episódio. Os jornalões não conseguem acertar nem mesmo o valor do empréstimo para a Prefeitura de Praia Grande.
3 comentários:
Giulio
Mas não esqueçamos que por outro lado o Carlos Lessa dilapidou o patrimônio humano do BNDES eliminando seu corpo técnico, abrindo caminho para o aparelhamento do mesmo.
Alô, Giulio.
Ralph lembrou bem. Como o tal foi nomeado pelo duende, não poderia ser de outra forma. Não esqueçamos: não há quadro que preste dentro do glorioso partido. É o toque de midas ao contrário, do duende...
O principal problema atual é que o chefe da PF é o Béria dos pampas e, por conseguinte, pode até haver apuração mas, divulgação, que seria bom, nadica de nada...
No entanto, como meu filho quer entender um pouco de economia e administração, entre outros como Paul Samuelson e Paschoal Rossetti mandei ele ler o opúsculo da "Introdução à Teoria Econômica - Uma abordagem estrutural" do Carlos Lessa.
Ou seja, 35 anos atrás ele pensava corretamente para a época, só não reparou que os tempos mudaram e os recursos estruturais não podem mais ser desenvolvidos pelo estado. Tem de ser por quem tem capitalk e visa lucro.
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