15 de out. de 2007

Enquanto Isso...

Por Giulio Sanmartini

Passou-se mais de um ano do acidente aéreo com um Boeing 737-800 da companhia brasileira Gol Transportes Aéreos deixando 154 mortos na Serra do Cachimbo em MT.
O avião chocara-se em vôo com um Embraer Legacy 600, este conseguiu pousar sem conseqüência para os passageiros.
Mas o ministério da Defesa, na época com Waldir Pires, apostou tudo na culpa do Legacy, pois não lhe interessava dividir as responsabilidades num período eleitoral, assim os pilotos Joe Lepore e Jan Paladino ficaram detidos e incomunicáveis por 53 dias em um hotel brasileiro. Depois juntaram a eles um controlador de vôo (um só).
Todavia a FAB (Força Aérea Brasileira) ao encontrar esses bodes expiatórios objetivou tão somente ocultar as deficiências no sistema de rádio no Cindacta-1 que atrapalharam as tentativas de contato entre o Legacy e o centro em Brasília.
As transcrições completas das conversas de rádio entre o controle e aviões na região do acidente, obtidas e analisadas pela Folha de São Paulo, provam também que o Cindacta-1 recebeu e ignorou pelo menos três chamadas do Legacy antes da batida.
O motivo está ligado às limitações de equipamentos: das quatro opções de freqüência que os pilotos americanos poderiam ter usado, conforme a carta aeronáutica brasileira, duas estavam indisponíveis para o controlador e uma nem sequer estava em operação.
Em resumo, havia apenas uma freqüência possível e os pilotos americanos nunca receberam instrução para sintonizar nela, conforme já foi divulgado. Esse erro, segundo Inquérito Policial Militar da FAB sobre o comportamento de seus integrantes no dia, é do controlador Jomarcelo dos Santos, denunciado por homicídio às Justiças Civil e Militar.
Portanto nada se sabe concreto sobre a responsabilidade do acidente, mesma situação a do acidente com a TAM, ocorrido em Congonhas (17/7/2007) que deixou 199 mortos.
Mudou-se o ministro da Defesa, sendo Waldir Pires defenestrado a ponta pés, o atual ministro que resolveria tudo nada fez, as famílias das vítimas continuam esperando uma solução, enquanto Nelson Jobim, está na Amazônia brincando de guerra.

Fonte: Folha de São Paulo 15/10/2207

Um comentário:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

É importante não deixar morrer o assunto, como com tudo acontece aqui neste...