17 de out. de 2007

Está sendo preparada uma pizza “como ninguém nunca viu na história etc.”

A cada dia que passa, mais vai se delineando o preparativo inconstitucional do terceiro mandato. Os padeiros petistas estão fermentando a massa e Lula, como quem não quer nada vai alimentando a fogueira para que saia essa pizza de mau gosto e estragada pois não é de mozzarella, nem mezzo a mezzo, é de chavismo dentro da melhor qualidade de caudilhismo autoritário.
A última pesquisa da CNT-Sensus, mstra que Partido dos Trabalhadores não tem ninguém para enfrentar o PSDB de Serra, a não ser Lula, bem entendido. (G.S.)
Como escreve Carlos Chagas: Se faltava uma evidência de que o terceiro mandato segue seu curso, apesar dos desmentidos, basta atentar para a relação dos presidenciáveis divulgada na pesquisa CNT-Sensus desta semana. José Serra, com 12,8%, Geraldo Alckmin, com 11,6%, e Aécio Neves, com 9,8%, somam 34,2%. São todos tucanos.
Nem é preciso computar FHC, com 4,7%, para se ter a evidência de que, do jeito que as coisas vão, o PSDB volta ao Planalto. E ainda surge Heloísa Helena, do Psol, também da oposição, com 6,1%. Dos governistas, só Ciro Gomes, com 9,4%, mas com a dificuldade de não ser aceito pelo PT. Quanto aos companheiros, o máximo onde chegam é 2,2%, com Marta Suplicy.
Aos formuladores da consulta faltou coragem para incluir o nome de Lula. Porque, isoladamente, em outra pergunta, o terceiro mandato conquistou 57,4%... Bastaria reunir as duas colunas para se ter o resultado da volta por cima, coisa que algum instituto acabará fazendo, mesmo sob risco de contrariar a estratégia do governo, que é continuar negando a candidatura Lula para não assustar os setores democráticos.
Para os detentores do poder, é cedo para botar a procissão na rua. Hoje, equivaleria a um golpe de estado, mesmo promovida por reforma constitucional. Amanhã, a operação surgirá como "necessidade nacional para a preservação do crescimento econômico, dos programas sociais, da melhor administração verificada desde Deodoro da Fonseca e para evitar o retrocesso e o caos". Pretextos não faltarão, a frio ou no bojo de uma crise forjada na hora certa.
É bom que se preparem quantos julgam o terceiro mandato uma violência. O ovo da serpente está sendo chocado. Destruí-lo não é fácil, ainda que possível. O diabo é que tanto a popularidade indiscutível de Lula quanto as alternativas de oposição conduzem ao cadafalso da democracia.
Consolida-se entre os companheiros o raciocínio de que sem o terceiro mandato o sonho de 30 anos no controle da nação não passará de oito anos. De Marta Suplicy a Dilma Rousseff, Jacques Wagner, ninguém tem chance. Para continuarem, tem que ser com Lula. E a ele não cabe outro papel senão o da negativa, enquanto o tempo corre.

2 comentários:

ma gu disse...

Alô, Giulio.

Só para ilustrar aqueles que se esqueceram ou não sabem da História do Brasil, este povo iletrado, deve ser somado ao letrados de cabeça lavada. O outro exemplo, que ficou 15 anos no poder como ditador, depois derrubado por outro golpe militar (que história a nossa!) e recebeu o epíteto de 'pai dos pobres', cinco anos depois de ser derrubado, foi eleito democraticamente, porque como ditador distribuiu benesses aos 'pobres'. O atual 'pai dos pobres' está se mirando no espelho do anterior. Você tem toda razão na inserção...

Anônimo disse...

Nesse jogo de sucessão, que acho muito cedo para qualquer palpite ou discussão, esse texto do Nassif em resposta à um artigo ilustra muito do que penso.
http://www.projetobr.com.br/web/blog/5#4595