1 de out. de 2007

Lula No Seu Barril de Pólvora

Por Giulio Sanmartini

Um ministério, como disse o compositor Chico Buarque de Holanda, já não é suficiente, o Brasil vive o próprio governo do “vai dar merda”.
Nas falas, projetos e determinações do presidente Lula o que se vê é “muito flato e poucas fezes” (para não fugir da massa que se espalha saindo do terceiro andar do Palácio do Planalto).
Em entrevista à Record News, com a enorme “modéstia que orna seu caráter de escol” Luiz Inácio Lula da Silva soltou os bichos: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deveria estar feliz porque eu consegui fazer com o Brasil o que ele tentou e não conseguiu.”
Pois é, Carlos Chagas faz a radiografia de alguns pontos do governo: O poder executivo está refém do Senado, uma demonstração do fato foi a rejeição da Medida Provisória 377 que mandou para a lata de lixo a enigmática Secretaria de Planejamento a Longo Prazo. Já começou errada com nome esquecendo a máxima do professor Eugenio Gudin: “a longo prazo estaremos todos mortos”. Essa episódio revela mais um pedaço das entranhas dessa triste relação entre Executivo e Legislativo, tendo transformado a Esplanada dos Ministérios num imenso balcão de negócios. O PMDB não gostou que a BR Distribuidora e a diretoria de Gás da Petrobrás fossem “dadas” ao PT, ainda mais que a Casa Civil esteja fazendo corpo mole para entregar-lhe a Eletrobrás, a Eletronorte e a Eletrosul.
O Partido aliado fez ver claramente ao governo se ele não obtiver seus pedidos, assim como fez com o ministério do Futuro, mandará também para o espaço a tão almejada prorrogação da CPMF.
Em outro setor o ministro da Coordenação Política, Walfrido Mares Guia, ficou num beco sem saída e não conseguiu “coordenar” o mal estar criado por Lula com a procuradoria geral da República, ao declarar que: “ter certeza de que José Dirceu não será condenado, inexistindo provas de sua participação no mensalão.”
Na saúde pública a crise começará a produzir efeitos maléficos nas instituições democráticas. Não dá mais para aceitar tanto sofrimento por parte da população não apenas carente, mas remediada e até equilibrada. No Nordeste o barril de pólvora anda prestes a explodir, mas no Norte, Centro-Oeste, Sul e Sudeste, a situação é quase igual. O sistema de saúde pública está em frangalhos, seja pela falta de atendimento a quem precisa, seja pela ridícula quantia paga aos médicos. A greve atinge os servidores e a indignação já domina os supostos usuários.
Como se não bastasse o prepotente ministro da Defesa, ao invés de resolver os problemas de sua pasta, cria novos, como por exemplo: deteriorando as relações entre o ministro da Defesa e os comandantes das três forças armadas.
Seria bom Lula explicar do que Fernando Henrique, assim como o Brasil deveriam estar felizes.

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