6 de out. de 2007

Problema de biografia

Matéria da Revista Veja desta semana traz o já conhecido dos leitores do p&p, Luiz Pagot, nomeado na semana passada para a diretoria do Dnit:
"O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), responsável pelas estradas federais, tem um novo comandante. Na semana passada, depois de cinco meses de análise, o Senado aprovou a nomeação de Luiz Antonio Pagot para dirigir a autarquia. Ex-secretário de Mato Grosso na gestão de Blairo Maggi, seu padrinho político, ele também ocupou postos de comando nas empresas do governador, um dos maiores produtores de soja do mundo. Pagot é um administrador versátil, capaz de executar múltiplas atividades simultaneamente. Durante sete anos, ele morou no Rio de Janeiro, foi superintendente de uma empresa de Maggi no Amazonas e dava expediente no Senado em Brasília. Não dava. Pagot era mesmo um funcionário-fantasma. Recebia sem trabalhar. Ele agora vai administrar um orçamento de 10 bilhões de reais em investimentos.
Os senadores demoraram para aprovar o nome de Pagot porque temiam o desgaste de chancelar a indicação de alguém com, digamos assim, um pequeno problema de biografia. Depois do caso Renan Calheiros, muitos se sentiram à vontade. O Dnit precisa de alguém do ramo. Uma fiscalização do Tribunal de Contas da União do ano passado constatou que apenas 7,9% das obras vistoriadas não apresentam irregularidades. Quando foi secretário de Infra-Estrutura de Mato Grosso, Pagot implementou um controvertido programa de pavimentação de rodovias, numa inovadora experiência de parceria entre o governo e a iniciativa privada. O asfalto realmente apareceu, mas somente nas áreas de interesse dos produtores de soja, familiares e amigos do governador."
Pois é, caro leitor, nesse caso dos consórcios das estradas que Pagot implementou e que só beneficiou os apaniguado de Blairo ainda tem mais um agravante: os produtores rurais integrantes dos consórcios não pagaram a parte deles e o governo do estado vai ter que arcar com a despesa. Calote ou combinado? Vai saber!... O que se tem de fato é que uma estrada foi desviada de modo a passar em frente a uma fazenda de Erai Maggi, primo de Blairo Maggi.

Como pode ver, o problema deste homem Luiz Pagot, assim como do governador Blairo Maggi é muito mais profundo que problema de biografia. Em qualquer país sério e íntegro isso receberia o nome de corrupção.

Um comentário:

ma gu disse...

Alô, Adriana

Esta postagem, mais a charge do Sponholz, coincidentemente juntas, me fez lembrar um ocorrido passado.
Dizia o povo de Atibaia, SP, que logo que Franco Montoro assumiu a governança de SP, uma estrada vicinal que passava em frente ao sítio de Ulisses foi asfaltada.
Não é interessante?