8 de out. de 2007

É Só Dar Uma Pequena Caminhada

Por Giulio Sanmartini

A mixórdia envolvendo o vigarista Renan Calheiros teve início no dia 26 de maio último, quando tornou-se do conhecimento público seus peculatos, denunciados pela revista Veja que publicou reportagem na qual revelava que Renan recebia recursos da empreiteira Mendes Júnior, por meio do lobista Cláudio Gontijo, para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. De acordo com a revista, Gontijo arcaria com o pagamento do aluguel de R$ 4.500 de um apartamento de quatro quartos em Brasília e com a pensão mensal de R$ 12 mil para a jornalista.
A partir dessa data as coisas foram piorando dia a dia. Renam ao invés, como inocente que se diz, de ter processado a revista, tentou se defender demostrando que tinha o dinheiro suficiente para arcar com a despesa, pela venda de gado de sua propriedade. Mas o que se viu foram documentos falsos, contraditórios e compradores inexistentes.
Foram se sucedendo irregularidades em outras áreas: ele é acusado de ter favorecido uma cervejaria, de ter adquirido veículos de comunicação por meio de laranjas e da participação num esquema de arrecadação de recursos em ministérios comandados por seu partido.
A absurda absolvição que Calheiros obteve no Senado (12/9), lhe deu a força da impunidade. Primeiro peitou presidência da República, fazendo com que seus asseclas rejeitassem a medida provisória que criava Secretaria Especial de Planejamento de Longo Prazo da presidência da República, chefiada por Mangabeira Unger.
Agora, Renan montou um grupo de arapongas e advogados para bisbilhotar a vida de seus adversários – tentou espionar dois de seus principais adversários, o tucano Marconi Perillo e o democrata Demostenes Torres, ao devassar a vida de ambos e planejar a instalação de câmeras de vídeo em um hangar de táxi aéreo no Aeroporto de Goiânia, para tentar flagrar os senadores em alguma atividade ilegal.
Esse fato poderá lavá-lo a sofre mais um processo por quebra de decoro parlamentar, o quinto num espaço inferior a seis meses.
Não chama a atenção o fato que Calheiros ainda continue senador e presidente da Casa, mas o fato dele estar solto, num país onde o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto está na cadeia por peculato e a advogada Georgina de Freitas por fraude na Previdência.
É desnecessário ao ministro da Justiça Tarso Genro, fazer uma viagem ao Principado do Mônaco a fim de prender um picareta brasileiro, basta ira a pé até o Senado e dar voz de prisão ao presidente da Casa.

Nenhum comentário: