7 de nov. de 2007

Crise na Energia

Por Plínio Zabeu

Como tem sido nosso relacionamento internacional?
Começa com o interesse comercial. Escolher com cuidado com quais países os resultados de acordos comerciais seria mais vantajosos. Deixando sempre o fator “demagogia” de lado, faz-se necessário exame cuidadoso em todos os sentidos.
No Brasil essa atividade não tem dado os resultados que poderiam dar. Na década passada tivemos uma excelente oportunidade de aumentar a comercialização de nossos produtos com os Estados Unidos ( o maior cliente sem dúvida) por meio de um acordo de livre comércio das Américas - A.L.C.A.
A então oposição tanto bombardeou e condenou, que o assunto foi esquecido por nós, mas não por alguns de nossos vizinhos, como o Chile. Hoje vemos os resultados. O país andino conseguiu um extraordinário crescimento econômico com todas as vantagens conhecidas. Nós ficamos restritos ao Mercosul, que não foi tão vantajoso como esperavam seus criadores, já que existe forte concorrência entre os participantes.
Surgiram novas oportunidades. Mas com a China, por exemplo, o acordo foi mal preparado, mal feito. Um tipo de “enganação” que nossos representantes assinaram como fazem aqueles que não lêem os documentos antes de os firmarem. Com os protestos gerais de nossos produtores, o governo vem tentando corrigir os erros.
Do ponto de vista energético fizemos outro acordo prejudicial. Sem atentar para riscos futuros, o governo anterior (FHC) assumiu todas as dívidas na prospecção, retirada, transporte e pagamentos de petróleo e principalmente de gás na Bolívia. Gastamos com tudo e pagávamos ao país vizinho um valor enorme, usássemos - ou não - o gás importado.
O governo de lá mudou. Um descendente índio produtor de coca, unindo-se ao ditador da Venezuela, achou por bem nacionalizar, descumprir contratos, dando uma “banana” para o Brasil.
Que fizeram nossos representantes? Calaram-se, deixando lá todo o trabalho e dinheiro investido. Uma pequena indenização foi prometida. Não sabemos ainda se cumprida.
Enquanto o gás chegava e sobrava foram incentivadas as usinas termoelétricas, além do uso industrial e automotivo do produto. Crise na Argentina, excesso de consumo e bloqueio boliviano, surgiu uma ameaça de novo apagão energético. Agora voltamos à Bolívia de joelhos pedindo por favor o gás tão necessário e pagando tudo o que o ditador vizinho exigir.
Não seria tão difícil prever esta situação se houvesse mais seriedade com a coisa pública.
pzabeu@uol.com.br

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