3 de nov. de 2007

Crônica: Alô, Brairo? Brairo, sô eu!

Por Adriana Vandoni

Alô, Brairo, cê tá me escutando, meu filho? Alô, alô? Brairo, meu anjo, onde que cê tá?, tô doidinha querendo falar com você, guri.
Mas que praga de homi que não pára mais aqui, sô! O povo já está com saudades, quer ver seu focinho por estas bandas. Vê se dá uma paradinha rápida. Ou você já uma peça que precisa de reposição?
Seguinte, tá me ouvindo Brairo? Menino me conta essa história direito, como é que é?, jatinho do empresário Brairo alugado pra TAM e realugado pro governo de Mato Grosso pra servir o governador Brairo? Mas você é danadinho, hein? Como ninguém tinha pensado nisso antes? Que idéia legal, apesar de ser ilegal. Ah, mas também isso é só um detalhe, né? Essa coisa de legal e ilegal é só intriga da oposição, igual aquela história de sementes da Embrapa, tudo não passa de lenda, essas turma é invejosa né? Num admiti um homi de focinho brilhante. Eu admiro gente assim.
Ai vem as turma da oposição falar que você não gosta de natureza. Absurdo! Também, da próxima vez que um jornalista de fora vier me perguntar se é verdade que o governador daqui não gosta de natureza eu vou responder: É mentira. Ele gosta e preserva. Agora, por exemplo, está investindo num viveiro para a preservação de papagaios. Tem de tudo que é espécie rara, tem papagaio careca, tem papagaio pastor, tem papagaio-tucano, da espécie rara de papagaius-tucanus-indecisus, rara igual a espécie de papagaius petistas, que já passou por várias mutações genética. São papagaios transgênicos. Que trabalho bonito, hein? É aúfa de espécie de papagaio.
Vou te defender Brairo, vou contar a todos o grande preservador do mundo animal que você é.
Alô, alô, Brairo, você sumiu de novo? Não desliga, Brairo! Carma homi! Brairo, aqui tá tudo muito chato, sem graça depois que você colocou Pagot de posto avançado do grupo lá em Brasília, tô cuma saudade de lascar dele. Nossa, como ele era divertido! Parecia macaco em cristaleira, pra onde mexia, quebrava um cristal.
Mas Brairo, sabe que que eu tava reparando? Alô, Brairo? Não desliga, coisa! Antigamente você só viajava por estas bandas, fazia o tal do estradeiro. Era tão bonito ver aquela lufada de pajero! E o desespero das turma querendo fazer parte da comitiva? Bonito que era!!! Ô verdade! E quando seu carro atolava...as pessoa quase saiam no tapa pra ver quem ia desatolar o carro, quem ia carregar a primeira dama pra que ela não sujasse o pé, quem que ia entrar na lama! Nossa, chegava a me comover com tamanha devoção.
Agora ficou sem graça, Brairo. Você só quer ir pras zoropa! Nem jornalista você leva pra nos contar as estripulias! Tão bontinha aquela foto sua na Rússia apontando no globo onde fica o grupo Amaggi, até guardei a foto! E aí, me conta, ocê conseguiu entrouxar carne de soja nos russos? Etâ gente besta, né? Gostei!, você esnobou na cara deles. Imagina, falar que nós vendemos carne de macaco! Bem feito pra eles, que você levou uns bifinhos de soja e esfregou na cara deles. Cambada sem noçon!
Ah, Brairo, manda fechar a revista IstoÉ. Pois você sabe o que que o jornalista Vila descobriu? Que na edição desta semana, sobre a viagem pra Zurique, você aparece no texto como “os demais”. Ah, essa foi de úrtima!
Alô, Brairo! Alô!, seguinte, li num jornal aí que você mandou Pagot asfaltar a frente da fazenda sua e do seu primo, eu tenho umas terrinha numa BR, num sô sua prima, mas gosto tanto docê, então, sabe né?, será que num dá procê pedi pra Pagot dar uma asfartadinha na frente da minha porteira?
Alô! Brairo! Desligou! Logo agora que eu tava pedindo uma coisinha! Ô homi!

Um comentário:

Unknown disse...

Legal, Adriana. Você faz-me lembrar do génio Adoniram Barbosa,que fazia suas críticas num popular gostoso, e manhoso onde nas entrelinhas se vislumbrava toda a verdade. Parabéns