O hoje escritor Jarbas passarinho conta algumas coisas sobre Luiz Inácio Lula da Silva: “A primeira vez que, pelo rádio, dialoguei com o hoje presidente da República, que vinha de comandar greves gigantescas no ABC paulista, perguntei-lhe a que doutrina social e política se filiava.
Respondeu-me tout court: sou torneiro-mecânico. Ao que eu saiba já não exercia a profissão, preferindo a de líder sindical. Usou da metonímia, tomou a parte, metalúrgicos, pelo todo, os operários. Mas, como até hoje não sei o que é ser politicamente torneiro-mecânico, a que ramo das doutrinas sociais e políticas contemporâneas pertence, enganei-me com ele várias vezes.
No Foro de São Paulo, prometendo "fazer certo o que deu errado no Leste Europeu", ou seja, o comunismo sem erros, pensei que torneiro-mecanismo era uma esquerda igual a um sujeito oculto, gramaticalmente falando, que deixava o predicado falar por ele. Mas quando o vi preferido da classe média, em 2002, vi que a companhia dos comunistas era apenas um dado estatístico.
No governo, perdido o endereço de Fidel, que só voa por cima sem parar, sua face capitalista proporcionou aos bancos lucros jamais igualados, posto que, sem crescimento, proletariza o segmento mais baixo da classe média. Assim decifrei o que é politicamente torneiro-mecânico: é ser social-capitalista, agradar os ricos, proteger os pobres garantindo-lhe os votos e tornar inevitável um novo mandato presidencial, decidido por um Conselho de Salvação Nacional.”
Leia a matéria no Jornal do Brasil online
Respondeu-me tout court: sou torneiro-mecânico. Ao que eu saiba já não exercia a profissão, preferindo a de líder sindical. Usou da metonímia, tomou a parte, metalúrgicos, pelo todo, os operários. Mas, como até hoje não sei o que é ser politicamente torneiro-mecânico, a que ramo das doutrinas sociais e políticas contemporâneas pertence, enganei-me com ele várias vezes.No Foro de São Paulo, prometendo "fazer certo o que deu errado no Leste Europeu", ou seja, o comunismo sem erros, pensei que torneiro-mecanismo era uma esquerda igual a um sujeito oculto, gramaticalmente falando, que deixava o predicado falar por ele. Mas quando o vi preferido da classe média, em 2002, vi que a companhia dos comunistas era apenas um dado estatístico.
No governo, perdido o endereço de Fidel, que só voa por cima sem parar, sua face capitalista proporcionou aos bancos lucros jamais igualados, posto que, sem crescimento, proletariza o segmento mais baixo da classe média. Assim decifrei o que é politicamente torneiro-mecânico: é ser social-capitalista, agradar os ricos, proteger os pobres garantindo-lhe os votos e tornar inevitável um novo mandato presidencial, decidido por um Conselho de Salvação Nacional.”
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Um comentário:
Alô, Giulio.
O ex-coronel disfarçado agora de escritor e filósofo(?), a quem atribuo o início da degringolação da educação em nosso país, trata dessa metáfora do sr. DaSilva.
Viável mas, acho que o problema real do sapo barbudo é de ser metafísico. Um dos significados é 'ser abstrato'. E isto, em lingüagem popular, quer dizer, de compreensão difícil, obscuro, vago.
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